Agência France-Presse
postado em 07/03/2013 19:11
Tunes - O islamita Ali Larayedh, ministro tunisiano do Interior, apresentará na noite desta quinta-feira (7/3) ao presidente Moncef Marzouki a composição de seu gabinete, após duas semanas de tensas negociações em um contexto de crise política, anunciou a presidência."Ele irá apresentar a lista de membros do Governo ao presidente da República e, em seguida, participará de uma coletiva de imprensa", indicou o assessor do chefe de Estado, Chaker Bouajila, sem dar detalhes sobre a composição do gabinete.
Ali Larayedh, do partido islâmico Ennahda, foi nomeado em 22 de fevereiro para formar um novo governo após a renúncia do primeiro-ministro Hamadi Jebali, que não conseguiu formar um gabinete composto por personalidades apolíticas, uma solução em resposta à crise desencadeada pela assassinato do opositor Chokri Belaid no dia 6 de fevereiro.
Mas a promessa dos islâmicos de formar uma ampla coalizão parece estar severamente comprometida. Três partidos políticos que deveriam fazer parte do gabinete anunciaram nesta quinta-feira a sua retirada das negociações.
Apenas a coalizão dominante - o partido islâmico Ennahda e seus aliados laicos, o Congresso para a República (CPR) do presidente Markuki e o Ettakatol - ainda negociam a composição do gabinete e seu programa.
Os desacordos giram em torno da identidade dos ministros, apesar das concessões do Ennahda que concordou em confiar os cargos à independentes. Mesmo se o Ennahda, com 89 assentos dos 217 na Assembleia Nacional Constituinte (ANC), conseguir a maioria de 109 deputados necessários para formar o governo, não será o suficiente para resolver definitivamente a crise.
Em verdade, para tirar o país do impasse, a ANC deve adotar, por uma maioria de dois terços, uma Constituição para preparar o caminho para novas eleições. No entanto, o Ennahda não encontrou, mesmo com seus aliados, um acordo sobre este texto.
O país também está desestabilizado pelo desemprego e a pobreza, fatores-chave que provocaram a revolução de 2011. Além disso, a Tunísia luta para suprimir o surgimento de grupos islâmicos violentos, um dos quais, de acordo com as autoridades, teria orquestrado o assassinato de Chokri Belaid.