Agência France-Presse
postado em 10/03/2013 18:03
Havana - A líder do grupo opositor Damas de Branco, Berta Soler, viajará na segunda-feira pela primeira vez para fora de Cuba rumo à Espanha, aproveitando as facilidades migratórias aplicadas pelo governo de Raúl Castro desde janeiro passado, informou a dissidente neste domingo."Vou representando o povo de Cuba, não apenas as Damas de Branco, para que saibam em primeira mão a realidade do povo de Cuba", disse Soler à AFP, após anunciar que sua viagem incluirá Espanha e, possivelmente, Polônia e outros países durante 16 dias.
Soler viajará na madrugada de segunda em um voo da companhia aérea Iberia e deve chegar na tarde do mesmo dia a Madri, segundo disse ela ao término da tradicional marcha silenciosa com cerca de 60 mulheres, pela 5; Avenida, no oeste de Havana.
O grupo Damas de Branco foi formado pelas esposas e mães dos presos políticos condenados em 2003, que foram liberados posteriormente após um inédito diálogo entre o Governo e a Igreja.
Em 2005, quando o grupo feminino ganhou o prêmio Sakharov, concedido pelo Parlamento Europeu, as autoridades não permitiram que Soler viajasse, e agora ela pensa em visitar essa instituição para ser agraciada.
"Minhas palavras (na viagem) serão as mesmas palavras, mas em um país livre e democrático", acrescentou.
Soler se juntará assim à blogueira Yoani Sánchez e ao dissidente Eliécer Ávila, que há duas semanas viajam por diferentes países.
No dia 14 de janeiro o governo cubano colocou em vigor uma reforma migratória que eliminou a permissão de saída e a carta de convite. Mesmo assim os cubanos precisam de um visto para viajar para quase todos os países do mundo, além dos custos da operação.