Agência France-Presse
postado em 12/03/2013 18:39
Quito - Os restos mortais de "Jorge Solitário", tartaruga gigante das Ilhas Galápagos, foram enviados a Nova York para serem embalsamados, e depois serão expostos em um museu naquele que foi seu lar durante quatro décadas, informou esta terça-feira a reserva que o protegia.Jorge, símbolo da preservação da natureza que morreu em 24 de junho, foi embarcado à meia-noite de segunda-feira em um voo que partiu de Guayaquil (sudoeste do Equador) com destino a Nova York, onde o Museu Americano de História Natural ficará encarregado do processo de taxidermia, segundo um comunicado do Parque Nacional de Galápagos (PNG).
Os restos do quelônio foram inicialmente levados para a ilha de Baltra, antes de serem enviados de avião a Guayaquil em uma caixa de madeira, fibra de vidro e material isolante que funciona como uma câmara de frio.
O animal centenário chegará congelado ao Museu para o procedimento que durará entre oito e nove meses, segundo especialistas citados pelo PNG.
Após o embalsamamento, Jorge será levado de volta a Galápagos (1.000 km em frente à costa continental) para ser exibido em um museu que será construído no local onde ele viveu desde 1971, quando foi descoberto.
Depois da necropsia, o corpo da tartaruga foi protegido de forma especial para evitar que o congelamento a menos de 50 graus centígrados queimasse seus tecidos, destacou o parque.
Jorge era considerado o último representante de sua espécie - por isso ganhou o apelido de "solitário" -, e sua morte, por causas naturais, ocorreu após três décadas de esforços para que se reproduzisse, o que o transformou em um símbolo da luta da preservação da fauna.
No entanto, uma investigação do PNG e da universidade americana de Yale, divulgada em novembro passado, revelou a existência de 17 parentes genéticos do quelônio, razão pela qual sua morte não representou o fim da espécie ;Chelonoidis abingdonii; na ilha Pinta, acrescentou a reserva.
Segundo os cientistas, a descoberta foi o primeiro passo rumo à recuperação desta espécie, por meio de um programa de reprodução e criação em cativeiro.
As tartarugas gigantes podem viver até 180 anos, pesar quase 400 quilos e medir 1,80 metro. Além disso, são famosas por terem inspirado a teoria da evolução por seleção natural, do naturalista britânico Charles Darwin.