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Monti pede crescimento e empregos para enfrentar 'populismo' na Europa

O primeiro-ministro da Itália fez o apelo no momento em que o país se encontra em meio a uma incerteza política e em recessão econômica

Bruxelas - O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, defendeu nesta quinta-feira (14/3) a adoção de medidas a favor do emprego e do crescimento, como resposta ao "populismo e a descrença na União Europeia", em um momento em que seu país se encontra em meio a uma incerteza política e em recessão econômica.

No Conselho Europeu realizado nesta quinta-feira em Bruxelas, o último do qual participa, Monti defendeu diante de seus homólogos seu balanço como chefe de governo desde novembro de 2011 e pediu medidas concretas para responder à recessão e ao desemprego, os dois estigmas de boa parte dos países europeus.

"Precisamos nos concentrar em uma consolidação fiscal que promova o crescimento", afirmou Mario Monti.

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"Tomar ações efetivas para reativar o crescimento e combater o desemprego juvenil e de longa duração seria a melhor mensagem para enfrentar a onda crescente de populismo e descrença na União Europeia, mostrando que a Europa atende às preocupações da população", disse.

Segundo Monti, que foi membro da Comissão Europeia, "precisamos mobilizar todas as ferramentas da UE, em particular os fundos estruturais, já que ainda o Fundo de Desemprego Juvenil ainda não foi criado"

Durante seu mandato como primeiro-ministro, Mario Monti recebeu elogios de toda a direção europeia por seu perfil "tecnocrata", mas nas eleições legislativas italianas de fevereiro recebeu apenas 10% dos votos.

A grande surpresa da eleição foi o ex-comediante Beppe Grillo (25% dos votos), oposto radicalmente à austeridade e às reformas promovidas por Monti e personagem chave para a formação de um governo ainda não acabou de ser formado.