Agência France-Presse
postado em 18/03/2013 13:41
Jerusalém - Quando Barack Obama chegar de visita a Israel, o primeiro-ministro "Bibi" Netanyahu receberá um presidente dos Estados Unidos que, segundo a imprensa, o tratou como um covarde, mas estes dois líderes pouco amigos não têm outra alternativa a não ser entrar em acordo, ainda que seja apenas para enfrentar juntos a controvérsia com o Irã.
Às vésperas da primeira visita do presidente americano a Israel, de 20 a 22 de março, cada um assegura que as relações pessoais complicadas entre o inquilino da Casa Branca e o primeiro-ministro israelense não impedem uma colaboração que nunca foi tão sólida. "Eu me reuni com ;Bibi; mais do que com qualquer outro líder. Temos uma relação profissional formidável: ele é muito direto comigo quanto as suas opiniões sobre vários assuntos, e eu sou muito direto quanto as minhas opiniões. Mas conseguimos fazer coisas", disse Obama na quinta-feira a uma rede de televisão israelense.
"Ocorreram momentos nos quais ;Bibi; e eu tivemos divergências, mas a relação entre os dois países e os dois povos é tão forte que as divergências políticas - que não são pessoais - sempre acabam sendo superadas", insistiu Obama. Do lado israelense o discurso é o mesmo.
"Os chefes de Estado são pessoas pragmáticas", afirma Danny Ayalon, ex-embaixador nos Estados Unidos e até pouco tempo número dois do ministério israelense das Relações Exteriores. "As divergências do passado não contam", afirma Ayalon à AFP, afirmando que o financiamento americano do sistema antimísseis israelense Iron Dome é apenas "a parte visível do iceberg".
Mas, apesar de toda esta retórica diplomática, os dois presidentes mantêm há quatro anos posições diferentes sobre o programa nuclear iraniano, em relação ao qual Israel tem uma posição muito ofensiva, enquanto Obama insiste em um enfoque diplomático, e sobre a colonização judia na Cisjordânia. Em março de 2010, o presidente Obama preferiu jantar com a família, e não com Netanyahu, após uma discussão acalorada na Casa Branca sobre a colonização nos territórios palestinos ocupados, que o presidente israelense se negou a congelar.
Em maio de 2011, o primeiro-ministro israelense respondeu na mesma moeda ao seu anfitrião no mesmo Salão Oval ao rejeitar diante das câmeras e de um Obama impávido sua proposta de criar um Estado palestino com as fronteiras prévias à Guerra dos Seis Dias de 1967. Outra coisa que tampouco passou desapercebida foi o apoio de Netanyahu ao candidato republicano Mitt Romney, a tal ponto que alguns em Israel temem que Obama agora queira se vingar.
Recentemente, segundo declarações recolhidas por um editorialista americano, Obama criticou a covardia de Netanyahu diante da pressão dos colonos, que terão um peso importante em seu governo através do partido Casa Judaica. Diante da dificuldade de solucionar em breve o conflito israelense-palestino, o assunto sobre o qual os dois presidentes podem se entender melhor deve ser o programa nuclear iraniano.
Obama se esforçou para tranquilizar seu anfitrião em sua entrevista à televisão israelense, assegurando que a arma atômica iraniana seria uma linha vermelha para Washington, retomando a expressão cunhada por Netanyahu e reiterando que "todas as opções estão sobre a mesa". "Está claro que, apesar das pressões internacionais, das sanções e da diplomacia, os iranianos têm pressa em se dotar de materiais físseis para fabricar uma bomba. É preciso detê-los", disse à AFP um funcionário do governo israelense que preferiu não se identificar.
"Sejam quais forem suas relações pessoais, nada impediria que (Netanyahu e Obama) o fizessem. Os dois compreendem a importância histórica", disse.
Às vésperas da primeira visita do presidente americano a Israel, de 20 a 22 de março, cada um assegura que as relações pessoais complicadas entre o inquilino da Casa Branca e o primeiro-ministro israelense não impedem uma colaboração que nunca foi tão sólida. "Eu me reuni com ;Bibi; mais do que com qualquer outro líder. Temos uma relação profissional formidável: ele é muito direto comigo quanto as suas opiniões sobre vários assuntos, e eu sou muito direto quanto as minhas opiniões. Mas conseguimos fazer coisas", disse Obama na quinta-feira a uma rede de televisão israelense.
"Ocorreram momentos nos quais ;Bibi; e eu tivemos divergências, mas a relação entre os dois países e os dois povos é tão forte que as divergências políticas - que não são pessoais - sempre acabam sendo superadas", insistiu Obama. Do lado israelense o discurso é o mesmo.
"Os chefes de Estado são pessoas pragmáticas", afirma Danny Ayalon, ex-embaixador nos Estados Unidos e até pouco tempo número dois do ministério israelense das Relações Exteriores. "As divergências do passado não contam", afirma Ayalon à AFP, afirmando que o financiamento americano do sistema antimísseis israelense Iron Dome é apenas "a parte visível do iceberg".
Mas, apesar de toda esta retórica diplomática, os dois presidentes mantêm há quatro anos posições diferentes sobre o programa nuclear iraniano, em relação ao qual Israel tem uma posição muito ofensiva, enquanto Obama insiste em um enfoque diplomático, e sobre a colonização judia na Cisjordânia. Em março de 2010, o presidente Obama preferiu jantar com a família, e não com Netanyahu, após uma discussão acalorada na Casa Branca sobre a colonização nos territórios palestinos ocupados, que o presidente israelense se negou a congelar.
Em maio de 2011, o primeiro-ministro israelense respondeu na mesma moeda ao seu anfitrião no mesmo Salão Oval ao rejeitar diante das câmeras e de um Obama impávido sua proposta de criar um Estado palestino com as fronteiras prévias à Guerra dos Seis Dias de 1967. Outra coisa que tampouco passou desapercebida foi o apoio de Netanyahu ao candidato republicano Mitt Romney, a tal ponto que alguns em Israel temem que Obama agora queira se vingar.
Recentemente, segundo declarações recolhidas por um editorialista americano, Obama criticou a covardia de Netanyahu diante da pressão dos colonos, que terão um peso importante em seu governo através do partido Casa Judaica. Diante da dificuldade de solucionar em breve o conflito israelense-palestino, o assunto sobre o qual os dois presidentes podem se entender melhor deve ser o programa nuclear iraniano.
Obama se esforçou para tranquilizar seu anfitrião em sua entrevista à televisão israelense, assegurando que a arma atômica iraniana seria uma linha vermelha para Washington, retomando a expressão cunhada por Netanyahu e reiterando que "todas as opções estão sobre a mesa". "Está claro que, apesar das pressões internacionais, das sanções e da diplomacia, os iranianos têm pressa em se dotar de materiais físseis para fabricar uma bomba. É preciso detê-los", disse à AFP um funcionário do governo israelense que preferiu não se identificar.
"Sejam quais forem suas relações pessoais, nada impediria que (Netanyahu e Obama) o fizessem. Os dois compreendem a importância histórica", disse.