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Capriles deixará de mandar petróleo a Cuba se for eleito presidente

"Vai acabar essa doação de presentes a outros países. Nem uma única gota de petróleo mais vai financiar o governo dos (irmãos) Castro" em Cuba, disse Capriles

Agência France-Presse
postado em 18/03/2013 17:27
Capriles, que perdeu para Chávez as presidenciais de outubro passado por 11 pontos, já tinha dito durante a campanha para estas eleições que seria preciso revisar os convênios mediante os quais a Venezuela vende petróleo a vários países a preços preferenciais
Caracas - O líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles, disse nesta segunda-feira (18/3) que se vencer as eleições presidenciais, em 14 de abril, não enviará "nem uma única gota de petróleo" para financiar o governo cubano, ao acusar o presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, de ser o "candidato" de Havana.

"Vai acabar essa doação de presentes a outros países. Nem uma única gota de petróleo mais vai financiar o governo dos (irmãos) Castro" em Cuba, disse Capriles, durante ato político no estadio de Zulia (noroeste).

Capriles disse ainda que Maduro é "o candidato de (o presidente cubano) Raúl Castro", e assegurou que o governo de Havana só "utiliza os venezuelanos" e seus recursos para se manter no poder.

O presidente Hugo Chávez, falecido em 5 de março de um câncer contra o qual lutava desde 2011, considerava o líder cubano Fidel Castro seu "pai político" e estabeleceu desde sua chegada ao poder, em 1999, uma aliança estratégica com Havana.



Como parte desse pacto, a Venezuela fornece 100.000 barris de petróleo diários a Cuba, que Havana paga em parte com o trabalho de 40.000 médicos e outros profissionais.

Após a morte de Chávez, Maduro - a quem o presidente tinha apontado como seu herdeiro político - assegurou que sob seu comando se manterão os fortes laços com o regime da ilha.

"Com Cuba continuamos firmes", afirmou na semana passada Maduro, candidato da situação às eleições de abril, que foram convocados poucos dias depois da morte de Chávez.

Capriles, que perdeu para Chávez as presidenciais de outubro passado por 11 pontos, já tinha dito durante a campanha para estas eleições que seria preciso revisar os convênios mediante os quais a Venezuela vende petróleo a vários países a preços preferenciais, mas sempre procurou não atacar Cuba diretamente.

Maior produtor de petróleo da América Latina e país com as maiores reservas mundiais da commodity, a Venezuela há anos mantém acordos preferenciais de venda de petróleo para vários países da região.

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