Mundo

Novo governo de Benjamin Netanyahu toma posse nesta segunda-feira

"A principal prioridade do novo governo é a defesa e a segurança do Estado e de seus cidadãos", declarou o primeiro-ministro durante a cerimônia de posse, citando o Irã e a Síria como "grandes ameaças"

Agência France-Presse
postado em 18/03/2013 18:13
Jerusalém - O novo governo de Benjamin Netanyahu, que se anuncia intransigente quando o assunto é colonização, tomou posse nesta segunda-feira no Parlamento, dois dias antes da visita do presidente americano Barack Obama a Israel.

Sessenta e oito dos 120 deputados votaram a favor do governo de coalizão eleito em 22 de janeiro, com 48 votos contra e quatro abstenções. Após o voto, os ministros e o premier fizeram o juramento e se reuniram em seguida para o primeiro conselho de ministros no Parlamento.

"A principal prioridade do novo governo é a defesa e a segurança do Estado e de seus cidadãos", declarou o primeiro-ministro durante a cerimônia de posse, citando o Irã e a Síria como "grandes ameaças".

Após agradecer aos eleitores, Netanyahu assegurou que "Israel está pronto para negociar com uma parceiro palestino de boa fé", mas disse também que essa vontade precisa ser mútua.

Após 40 dias de negociações, o Netanyahu finalizou a composição do seu governo no último domingo à noite: serão 21 ministros, incluindo 7 de seu partido, o Likud (direita).


O novo governo, o 33; desde a criação de um Estado de Israel em 1948, será recebido mais tarde pelo presidente Shimon Peres para a tradicional foto coletiva. Esse novo governo se apoia em uma maioria composta do Likud, de seu aliado Israel Beiteinou, partido nacionalista do ex-ministro de Relações Exteriores Avigdor Lieberman, do Yesh Atid, arauto da classe média dirigido pelo ex-jornalista Yair Lapid, do Lar Judaico de Naftali Bennett e do HaTnouha, movimento centrista do ex-chefe da diplomacia israelense, Tzipi Livni.

Por outro lado, o governo não possui nenhum representante dos partidos religiosos ultraortodoxos.

"Um só Estado, do Jordão ao Mediterrâneo"

Na véspera da primeira visita presidencial de Barack Obama a Israel e aos territórios palestinos, os representantes dos colonos deixaram suas intenções claras.

"A era Ehud Barak (ex-ministro da Defesa) acabou. O novo governo vai reforçar a colonização na Judeia e Samaria, na Galileia (norte) e no Neguev (sul)", avisou Danny Danon, novo vice-ministro da Defesa, que acusa Barak de impedir a construção nas colônias da Cisjordânia.

Avigdor Lieberman também alertou que seu partido é "categoricamente contrário" à qualquer moratória sobre a colonização.

O novo ministro da Habitação, Uri Ariel, número dois do Lar Judaico, deixou claro seu ponto de vista: "Só pode haver um Estado entre o Jordão e o Mediterrâneo, e esse Estado é Israel". Ainda segundo ele, os palestinos só podem aspirar por, no máximo, uma "autonomia".

O gabinete do novo ministro da Defesa, Moshé Yaalon (Likoud), excluiu a possibilidade de gestos de boa fé com o presidente palestino até a chegada de Obama, se opondo às libertações de prisioneiros palestinos e à suspensão da ajuda aos colonos, duas exigências de Mahmoud Abbas para retomar as negociações.

Em discurso, a nova chefe da oposição, Shelly Yachimovich, felicitou, ironicamente, Netanyahu "por se manter fiel à sua ideologia de direita tanto no plano econômico quanto no plano político".

Já Zehava Galon, dirigente do partido de esquerda Meretz, criticou um "governo de direita que continuará gastando bilhões de shekels nas colônias".

Em Genebra, uma missão de especialistas do Conselho de Direitos Humanos da ONU pediu nesta segunda-feira a Israel "que pare imediatamente a colonização e que inicie um processo de retiradas dos colonos".

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação