Mundo

EUA têm dificuldades para compreender a realidade da oposição síria

"Há uns seis meses tínhamos uma imagem muito difusa da oposição e agora eu diria que é ainda mais", declarou o chefe de Estado-maior conjunto, em discurso ao CSIS, grupo de estudos estratégicos e internacionais

Agência France-Presse
postado em 18/03/2013 18:54
Washington - Os Estados Unidos têm cada vez mais dificuldades para compreender a realidade da oposição síria e suas "múltiplas facetas", afirmou nesta segunda-feira (18/3) o militar americano de mais alta patente, o general Martin Dempsey, que afirmou que se deve agir "com prudência".

"Há uns seis meses tínhamos uma imagem muito difusa da oposição e agora eu diria que é ainda mais", declarou o chefe de Estado-maior conjunto, em discurso ao CSIS, grupo de estudos estratégicos e internacionais, com sede em Washington. "Seis meses atrás, a situação parecia muito pouco clara, o número de grupos (rebeldes) também. Hoje estes temas parecem ainda mais escuros", admitiu.

O principal conselheiro militar do presidente Barack Obama afirmou também que não se sabe atualmente que "opção militar" seria suscetível de permitir a Washington superar a situação. "Enquanto este for o caso, eu aconselharia agir com prudência", afirmou.


"Acreditamos realmente que a resposta na Síria deve passar por nossos aliados porque há mais possibilidades de que eles compreendam algumas complexidades que nos escapam", admitiu o general Dempsey.

[SAIBAMAIS]A rebelião contra as forças do presidente Bashar al Assad é formada por vários grupos, entre organizações extremistas como a jihadista Frente Al-Nusra, cujo fortalecimento inquieta Washington.

Os Estados Unidos dão assistência humanitária e ajuda não letal aos rebeldes sírios, negando-se até o momento a entregar-lhes armas. O secretário de Estado John Kerry afirmou esta segunda-feira que Washington não colocaria "obstáculos" aos países europeus que declararam sua vontade de passar armas à oposição.

As declarações do general Dempsey foram feitas quando 70 membros da coalizão, organização mais representativa da oposição, se reúnem em Istambul para designar um primeiro-ministro que deverá administrar os territórios controlados pelos rebeldes.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação