Agência France-Presse
postado em 19/03/2013 08:37
O candidato da oposição à presidência da Venezuela, Henrique Capriles, afirmou nesta segunda-feira (18/3) que o suposto plano dos Estados Unidos para assassiná-lo é uma "cortina de fumaça" lançada pelo presidente interino e líder "chavista", Nicolás Maduro, a um mês das eleições. "Isto visa distrair o povo, gerar uma cortina de fumaça para evitar a discussão dos problemas importantes" da Venezuela, denunciou Capriles em entrevista ao canal Venevisión."Faz parte das mentiras e do duplo discurso" das autoridades venezuelanas. "O governo critica o Império (EUA) mas importa arroz e gasolina do Império" e funcionários "tiram férias nos Estados Unidos". Maduro, que assumiu a presidência interina após a morte do presidente Hugo Chávez, em 5 de março, pediu no domingo ao presidente americano, Barack Obama, que suspenda o plano para atacar Capriles.
[SAIBAMAIS]De acordo com Maduro, que enfrentará nas eleições de 14 de abril o próprio Capriles, o plano tem como objetivo culpar o governo de Caracas e criar o caos, e estaria a cargo de funcionários do Pentágono e da CIA e dos diplomatas americanos Roger Noriega e Otto Reich. Washington nega veementemente qualquer plano para desestabilizar a Venezuela.
As relações entre os dois países continuam a ser tensas mesmo após a morte de Chávez, um crítico feroz de Washington: na segunda-feira passada os Estados Unidos anunciaram a expulsão de dois diplomatas venezuelanos, logo depois de Caracas ter feito o mesmo com dois adidos militares americanos em 5 de março.
Estados Unidos e Venezuela não têm embaixadores em suas respectivas capitais desde 2010, e apesar de vários contatos diretos entre os dois governos, as relações diplomáticas continuam a um nível mínimo.