Agência France-Presse
postado em 19/03/2013 12:40
Havana - A guerrilha comunista das Farc propôs nesta terça-feira (19/3) a desmilitarização do Estado, da sociedade e do campo colombianos, e para isso pediu o abandono da doutrina de segurança nacional imposta supostamente pelos Estados Unidos, em uma declaração divulgada em Havana. O governo deve avançar na "desmilitarização das zonas rurais, da sociedade e do Estado, que envolva o abandono da doutrina da ;segurança nacional; imposta pelo Pentágono", disse o comandante Iván Márquez, chefe da delegação insurgente, ao diálogo de paz em Havana.Márquez formulou esta proposta ao chegar ao Palácio das Convenções de Havana, sede do diálogo de paz entre a guerrilha e a delegação do governo de Juan Manuel Santos, liderada pelo ex-vice-presidente Humberto de la Calle, que se absteve de fazer declarações à imprensa. Esta demanda das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) está contida em uma declaração de "nove propostas mínimas de Justiça social territorial e política macroeconômica para a paz", apresentada nesta terça-feira (19).
[SAIBAMAIS]As duas delegações, que iniciaram suas negociações no dia 19 de novembro, discutem o complexo problema agrário da Colômbia, o primeiro ponto de uma agenda de cinco que inclui a participação política, drogas ilícitas, abandono das armas e reparação às vítimas. Na segunda-feira (18), Santos expressou em Bogotá sua confiança em alcançar um acordo com as Farc antes do fim do ano e assinar a paz com a principal e mais antiga força guerrilheira do país.
"É um processo de paz que o mundo inteiro espera", disse Santos, acrescentando que "por isso somos otimistas de que, se prosseguirmos assim, vamos alcançar, tomara, a paz neste país. Se Deus quiser, antes do fim do ano, se as coisas correrem como queremos".