Agência France-Presse
postado em 21/03/2013 15:27
Os Estados Unidos estão decepcionados com as contínuas acusações venezuelanas, mas continuam esperando conseguir uma relação produtiva e funcional sobre temas de mútuo interesse, declarou nesta quinta-feira um porta-voz do departamento de Estado que não quis ser identificado."Rejeitamos categoricamente as alegações de que o governo dos Estados Unidos estão envolvidos num complô para desestabilizar ou prejudicar alguém na Venezuela", assegurou a fonte em um e-mail enviado à AFP.
Na véspera, o governo venezuelano suspendeu o "canal de comunicação" estabelecido com os Estados Unidos no final de 2012 para normalizar as relações entre os dois países, sem embaixadores desde 2010, segundo informou o chanceler Elías Jaua, após uma série de embates diplomáticos e acusações bilaterais.
"Este canal de comunicação fica suspenso neste momento, adiado até que haja uma mensagem clara de qual é o tipo de relação que os Estados Unidos querem com a Venezuela", garantiu o chanceler em coletiva de imprensa, acrescentando que "não tem sentido continuar perdendo tempo".
"Espero que haja uma retificação, espero que a ingerência nos assuntos internos acabe", disse Jaua ao destacar que "todas as relações diplomáticas e consulares se mantêm no nível em que estavam".
Jaua reiterou a rejeição de Caracas às "declarações intervencionistas" da subsecretária adjunta para a América Latina dos Estados Unidos, Roberta Jacobson, que pediu que as eleições presidenciais da Venezuela de 14 de abril sejam "abertas, justas e transparentes".
No início de janeiro, o então vice-presidente e hoje presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou que o governo manteve no final de 2012 contatos com Washington, autorizados pelo falecido dirigente Hugo Chávez, através de seu embaixador na Organização dos Estados Americanos (OEA), Roy Chaderton.
A Venezuela e os Estados Unidos, que não têm embaixadores desde 2010, apenas encarregados de negócios, protagonizaram recentemente uma série de desentendimentos que começaram no dia 5 de março, horas antes da morte de Chávez, quando Maduro expulsou dois funcionários da embaixada americana em Caracas acusando-os de conspirar contra o governo.
Washington respondeu com a expulsão de dois diplomatas venezuelanos, que foram condecorados nesta quarta-feira por Jaua.