Jordânia - Barack Obama provou um pouco mais da História neste sábado ao passear pelas ruínas da antiga cidade de Petra, na Jordânia, ao final de um giro de quatro dias para abordar os conflitos do Oriente Médio e assegurar a Israel o apoio incondicional dos Estados Unidos.
Obama viajou em helicóptero de Amã a Petra, importante encrave arqueológico no sul da Jordânia, para admirar os vestígios de tons ocre e salmão das ruínas. Depois que uma violenta tempestade de areia se acalmou, o presidente americano pôde sobrevoar as montanhas e as planícies da Jordânia, antes de aterrissar na cidade histórica.
Na sexta, uma forte tempestade de areia atingiu a cidade de Jerusalém, o que perturbou a primeira visita de Obama a Israel e aos Territórios palestinos.
Obama chegou a Jordânia no início da tarde de sexta-feira e se reuniu com o rei Abdullah II para discutir a crise dos refugiados sírios, os esforços para relançar o processo de paz no Oriente Médio e outras questões regionais.
Ele deve deixar o país para retornar a Washington ainda hoje.
"É impressionante, espetacular", comentou o presidente ao admirar a fachada de 40 metros do mais famoso templo de Petra: o "Tesouro;, esculpido em arenito rosa. Datado do I; século após J.C, o "Tesouro" foi provavelmente um monumento funerário real.
Vestido com uma calça cáqui, óculos de sol e um blusão azul, Obama percorreu o famoso "Siq", desfiladeiro sinuoso e estreito que forma a entrada de Petra.
Petra, o local turístico mais visitado da Jordânia, foi a última etapa de uma visita histórica de quatro dias do presidente americano ao Oriente Médio, com o objetivo de reiterar o apoio incondicional americano a Israel, discutir a questão nuclear iraniana, a crise síria e relançar as negociações de paz entre israelenses e palestinos.
Escolher a pa
Sexta-feira, Obama declarou em Amã que está "muito preocupado" com a possibilidade de a Síria, onde um conflito sangrento entrou em seu terceiro ano, se transformar em um refúgio para extremistas e prometeu uma ajuda à Jordânia, que enfrenta um afluxo crescente de refugiados sírios.
Washington se recusa a armas os grupos de oposição na Síria por temer que caiam nas mãos de aliados da Al-Qaeda.
A guerra civil síria já matou mais de 70.000 pessoas e resultou em mais de um milhão de refugiados em dois anos, segundo a ONU.
Obama prometeu pedir ao Congresso uma ajuda à Jordânia de 200 milhões de dólares, destinados à assistência aos refugiados sírios acolhidos pelo reino hachemita.
Estes fundos devem ajudar a Jordânia a fornecer os serviços humanitários mais urgentes aos refugiados sírios, afirmou o presidente dos Estados Unidos.
Segundo as autoridades, o reino hachemita recebe mais de 460 mil sírios, dos quais 120 mil só no campo de Zaatari (norte).
Ontem, o presidente americano também pediu a saída do presidente sírio, alertando para o risco do uso "de armas químicas contra o provo sírio ou a sua transferência para grupos terroristas".
A ONU decidiu investigar a possível utilização de armas químicas na Síria, em resposta a um pedido de Damasco.
Ao final de sua visita oficial à Terra Santa, Obama conseguiu nesta sexta-feira reconciliar Israel e a Turquia, que mantinham relações frias desde 2010.
Em um gesto inesperado, pouco antes da saída do presidente americano, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, apresentou um pedido de desculpas ao chefe de Governo turco, Recep Tayyip Erdogan, pela morte de nove turcos que levavam ajuda humanitária para a Faixa de Gaza em 2010.
Os dois dirigentes decidiram, por fim, normalizar as relações entre os dois países, incluindo as diplomáticas, segundo um comunicado de Netanyahu.
Barack Obama concluiu sua primeira viagem presidencial à Terra Santa com visitas simbólicas a Jerusalém e a Belém.
Em um discurso empolgante para 2.000 jovens israelenses em Jerusalém, o ponto alto da sua visita, Barack Obama exortou na quinta-feira a Israel e os palestinos a escolherem a paz, sem contudo traçar um caminho para a solução de dois Estados.