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Talibãs ameaçam matar ex-presidente Musharraf caso volte ao Paquistão

"Preparamos um comando de camicases para Musharraf", disse porta-voz da Al-Qaeda

Agência France-Presse
postado em 23/03/2013 09:16
Os talibãs aliados da Al-Qaeda ameaçaram neste sábado assassinar o ex-presidente Pervez Musharraf caso ele volte ao Paquistão no domingo, como disse que faria.

"Preparamos um comando de camicases para Musharraf", afirmou à AFP Ehsanulá Ehsan, porta-voz do Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP), falando por telefone.

O TTP é um dos principais grupos armados islamitas responsáveis por uma onda de atentados sem precedentes, que causaram quase 6.000 mortos no Paquistão em seis anos.

Musharraf já sobreviveu, quando era presidente, a dois atentados de grupos fundamentalistas muçulmanos que, desde 2001, reprovam os diferentes governos e as forças armadas de terem se aliado com Washington em sua "guerra contra o terrorismo".

O ex-general e ex-presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, confirmou na sexta-feira, em entrevista exclusiva à AFP, em Dubai, que, depois de cinco anos no exílio, voltará no domingo a seu país, onde pesam contra ele várias ordens A justiça paquistanesa abriu caminho para esta volta ao beneficiá-lo com uma liberdade sob fiança.

Musharraf se encontra atualmente em Dubai, de onde partirá de avião para aterrissar em Karachi, sul do Paquistão. "Voltarei no domingo ao Paquistão, com 200% de certeza", declarou. "Não haverá detenção nem nada do tipo. Eu decidi voltar fosse qual fosse a decisão (do tribunal). Voltarei por terra, por ar ou mar, mesmo que minha vida corra perigo, é o compromisso que assumi com o país", enfatizou.

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Nos últimos anos, Musharraf anunciou em várias ocasiões sua volta ao Paquistão, mas depois voltava atrás por temer ser preso em sua chegada.

O ex-presidente pensa em participar nas eleições gerais de 11 de maio, uma votação histórica, já que o governo civil acaba de concluir uma legislatura completa de cinco anos, algo inédito neste país com uma história salpicada de golpes de Estado.

O ex-general que chegou ao poder em 1999 depois de um golpe de Estado, abandonou o poder e o país em 2008, depois de renunciar pressionado especialmente pela justiça.

O ex-presidente está envolvido em três casos: a morte do líder separatista baluche Akbar Bugti, em 2006, e da ex-primeira-ministra Benazir Bhuto, em 2007, assim como o afastamento ilegal de juízes em 2007.

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