Agência France-Presse
postado em 23/03/2013 12:34
O presidente chinês Xi Jinping afirmou neste sábado que sua visita à Rússia, que proporcionou a assinatura de inúmeros acordos, superou todas as expectativas e serviu para Moscou e Pequim garantirem "o equilíbrio internacional".[SAIBAMAIS]"Minha visita conseguiu seu objetivo. Os resultados superaram amplamente minhas expectativas", declarou o presidente chinês em um encontro com o primeiro-ministro russo Dimitri Medvedev. "Estou muito satisfeito", insistiu Xi, citado em um comunicado da assessoria russa.
"O tempo passa, muitas coisas mudam no mundo, mas as relações russo-chinesas não param de ser reforçadas", insistiu Xi, que se referiu a Medvedev e a Putin como seus "velhos amigos".
O primeiro-ministro russo saudou, por sua parte, os novos resultados importantes obtidos por esta visita. "Tudo isso dá uma contribuição ao desenvolvimento de nossas relações e estamos encantados com isso", declarou Medvedev.
Na véspera, o presidente russo, Vladimir Putin, e seu colega chinês já haviam destacado a excelente relação bilateral, que se materializou em vários acordos econômicos.
Xi iniciou a viagem de três dias a Rússia com uma visita ao Kremlin, ao lado da esposa Peng Liyuan, uma famosa cantora que provocou grande sensação com seu sorriso e elegância.
Depois de tomar posse na semana passada, Xi respondeu ao convite do colega Putin, que viajou a China em junho de 2012, menos de um mês depois de voltar ao poder.
Nas últimas duas décadas, a economia dominou a relação bilateral. Moscou vendeu a Pequim tecnologia militar e espacial, além de petróleo, enquanto importava em grande quantidade produtos de consumo chineses.
"Nos últimos 20 anos, o comércio bilateral multiplicou por 14 e alcançou no ano passado o valor recorde de 88,2 bilhões de dólares", destacou o chefe de Estado chinês.
Uma das prioridades é elevar o comércio a 100 bilhões de dólares até 2015 e "desenvolver a colaboração estratégica", completou.
Durante a visita, os dois presidentes assinaram um acordo sobre o aumento de fornecimento de petróleo a China, anunciou o ministro russo da Energia, Alexander Novak.
A Rússia, que busca diversificar as vendas de combustíveis para fora da Europa, desejava concluir um acordo que permitiria vender a China quase 70 bilhões de metros cúbicos de gás nos próximos 30 anos.
Moscou e Pequim também trataram de um acordo preliminar que permitirá a grupos chineses participar no desenvolvimento do extremo oriente russo, além de investimentos na construção de estradas e em projetos de telecomunicações.
De acordo com Dimitri Trenin, do centro de estudos Carnegie de Moscou, Pequim buscava com esta visita reforçar os vínculos com a Rússia para ganhar status internacional.
"As relações (de Pequim) com Estados Unidos são complicadas, há uma ruptura com o Japão e as coisas não são fáceis com a Índia", afirmou à AFP.
Além dos acordos econômicos e comerciais, os dois países concordaram em seus pontos de vista sobre os grandes temas internacionais, já que fazem uma frente comum contra o que classificam de ingerência em assuntos internos de outros Estados, principalmente na Síria.
"Nossas relações são as melhores entre países. Estas relações fortes constituem uma importante e sólida garantia de equilíbrio internacional", afirmou Xi, durante discurso ante os estudantes do prestigioso Instituto de Relações Internacionais (MGIMO) de Moscou.
O presidente chinês pediu aos dois países que "reforcem mais sua cooperação estratégica no cenário internacional para garantir a paz e a estabilidade no mundo".