Agência France-Presse
postado em 24/03/2013 15:02
O argelino Djamel Okacha, de 34 anos, foi nomeado sucessor de Abdelhamid Abu Zeid, um dos principais líderes da Al-Qaeda no Magreb Islâmico (Aqmi), cuja morte foi confirmada por Paris, informou neste domingo o canal de televisão argelino Ennahar TV.[SAIBAMAIS]Okacha, pseudônimo de Yahia Abul Hannam, é próximo ao chefe da Aqmi, Abdelmalek Drukdel. Ele foi nomeado há alguns dias, mas ainda precisa ser confirmado em suas funções durante uma reunião da direção da Aqmi, indicou à AFP o presidente da Ennahar TV, Mohamed Mokeddem.
O novo líder da Aqmi para a região que se estende de Ghardaia (centre-sul da Argélia) até o Azawad (norte do Mali) é considerado o "homem de confiança de Drukdel" e "o homem forte da organização", segundo a mesma fonte.
Na véspera, o presidente francês, François Hollande, confirmou a morte de Zeid em combates travados pelo exército francês em Adrar dos Ifoghas, no norte de Mali em fevereiro passado.
Esta confirmação colocou fim a três semanas de incerteza, apesar de a morte de Abu Zeid ter sido anunciada em 1; de março pelo presidente do Chade, Idriss Déby, cujas forças combatem ao lado dos franceses no extremo norte do Mali.
Contudo, as circunstâncias de sua morte ainda não foram esclarecidas. A morte foi atribuída a militares franceses por Paris, mas o presidente Déby assegura que Abu Zeid foi "abatido" por soldados do Chade.
Além disso Abou Zeid, presidente do Chade, também havia dito que suas tropas mataram outro líder islamita, Mukhtar Belmokhtar, mas a morte do dissidente AQMI, também argelino, ainda não foi confirmada.
Abu Zeid e Mokhtar Belmokhtar fizeram parte de grupos extremistas islâmicos que aterrorizaram a Argélia nos anos 1990, antes de fundarem a Aqmi no Mali, onde se estabeleceram, no Níger e na Mauritânia. Cometeram inúmeros sequestros e execuções de ocidentais, atentados ou tentativas de ataques, além de traficarem armas e drogas.
Ele criou uma reputação de homem cruel. Em junho de 2009, o seu grupo sequestrou o turista britânico Edwin Dyer. De acordo com várias testemunhas, foi Abu Zeid que estrangulou o refém.
Já Belmokhtar tinha deixado a Aqmi no final de 2012 para criar o seu próprio grupo, "Os signatários pelo sangue", cuja primeira grande ação foi o grande e sangrento sequestro em janeiro em um campo de extração de gás ao sul da Argélia.
No início de março, um jihadista da Aqmi citado por uma agência mauritana, a Saara Mídia, havia negado a morte de Belmokhtar na região de Gao, a principal cidade no norte do Mali.
Este jihadista, falando em condição de anonimato, tinha, no entanto, confirmado a morte de Abu Zeid, morto segundo ele "em um ataque aéreo francês nas montanhas" de Ifoghas "e não por chadianos", que estavam "a mais 80 km" no momento do bombardeio.