A morte do presidente Hugo Chávez polarizou ainda mais um país marcado na última década e meia por fortes tensões políticas. A três semanas da eleição de 14 de abril, quando será escolhido o sucessor, os governistas transformam o líder da Revolução Bolivariana em mito e usam seu nome sem reservas em para Nicolás Maduro, chefe de Estado interino e candidato ao Palácio de Miraflores. A oposição, por seu lado, denuncia abusos da campanha adversária e reconhece: uma vitória nas urnas será ;muito mais difícil, herOica, épica e espiritual;, como definiu Henrique Capriles Radonski, escalado para enfrentar o chavismo uma vez mais.
;Chávez está impactando as eleições e será um fantasma presente em todo o processo;, analisa, em entrevista ao Correio, Carlos António Romero Méndez, doutor em ciência política pela Universidad Central de Venezuela (UCV). Ele prevê ;mais polarização; e ;mais problemas; na sociedade. ;Com o desaparecimento do presidente, o debate político se reaqueceu, ainda que o povo não tenha entrado nesse clima. A violência está nas elites políticas;, diz Méndez.