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Papa: Igreja deve sair de si mesma em direção às periferias existenciais

A afirmação foi escrita em um documento redigido pelo pontífice antes de ser eleito. O documento, publicado no site da Conferência Episcopal cubana, foi o discurso de Bergoglio na Congregação Geral do Vaticano

Agência France-Presse
postado em 27/03/2013 13:43
Havana - O novo papa Francisco ajudará a Igreja católica a "sair de si em direção às periferias existenciais", abandonando sua atual posição "autorreferencial", segundo um documento escrito pelo próprio pontífice antes de ser eleito, divulgado nesta quarta-feira (27/3) em Havana.

"Pensando no próximo Papa: um homem que, a partir da contemplação de Jesus Cristo e da adoração de Jesus Cristo, ajude a Igreja a sair de si em direção às periferias existenciais, que a ajude a ser a mãe que vive da ;doce e confortadora alegria de evangelizar;", afirmou o então cardeal argentino Mario Bergoglio.



[SAIBAMAIS]O documento, publicado no site da Conferência Episcopal cubana (iglesiacubana.org), foi o discurso de Bergoglio na Congregação Geral do Vaticano, realizado antes do conclave, e que o argentino entregou ao cardeal cubano, Jaime Ortega, com autorização para divulgá-lo.

"Evangelizar significa na Igreja a afirmação de sair de si mesma. A Igreja está convocada a sair de si mesma e a ir em direção às periferias, não apenas as geográficas, mas também as periferias existenciais: as do mistério do pecado, as da dor, as da injustiça, as da ignorância e da prescindência religiosa, as do pensamento, as de toda a miséria", acrescenta.

O atual Papa sustenta que "quando a Igreja não sai de si mesma para evangelizar torna-se autorreferencial e então adoece" e "tem a intenção de manter Jesus Cristo dentro de si e não o deixa sair".

"A Igreja, quando é autorreferencial, sem perceber, acredita que tem luz própria; deixa de ser o mysterium lunae e dá lugar a esse mal tão grave que é a mundanidade espiritual (segundo De Lubac, o pior mal que pode acontecer com a Igreja). Este viver para dar glória a uns e outros", acrescentou.

Simplificando, afirma Bergoglio, "há duas imagens da Igreja: a Igreja evangelizadora que sai de si; a Dei Verbum religiose audiens et fidenter proclamans, ou a Igreja mundana que vive em si, de si, para si. Isto deve lançar luz sobre as possíveis mudanças e reformas que precisam ser feitas para a salvação das almas".

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