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Presidente da Itália pede que grupos busquem solução para crise política

Napolitano descartou qualquer possibilidade de apresentar sua renúncia antes do fim de seu mandato, no dia 15 de maio



Napolitano descartou qualquer possibilidade de apresentar sua renúncia antes do fim de seu mandato, no dia 15 de maio, e afirmou estar disposto a "tomar todas as iniciativas até o último dia" para desbloquear a situação política na qual o país se encontra.

Os nomes dos integrantes dos dois grupos serão divulgados ainda neste fim de semana.

Em uma mensagem direta aos sócios estrangeiros da Itália, Napolitano afirmou que o país está nem sem governo, nem à deriva. "O governo, embora tenha renunciado, permanece em seu posto", disse o presidente, de 86 anos, muito respeitado na Itália.

A Itália encontra-se em meio a uma aguda crise política desde as eleições legislativas de 24 e 25 de fevereiro, que deram à centro-esquerda uma maioria absoluta na Câmara de Deputados, mas não no Senado, onde três forças antagônicas se equilibram: a esquerda, a direita de Silvio Berlusconi e as forças do humorista Beppe Grillo.


"A Itália está em boas mãos. A decisão do presidente de ficar até o último dia (de seu mandato) tranquiliza o país, os mercados e a Europa", considerou um dos líderes da esquerda, Paolo Gentiloni.

A direita de Berlusconi expressou um ponto de vista semelhante. "Não há dúvida de que em um momento tão incerto e dramático, a presença do presidente oferece a todos um ponto de referência sólido e confiável", declarou Sandro Bondi, coordenador do partido do ex-chefe de governo direitista.

No momento, tanto a esquerda como a direita rejeitam um possível "governo do presidente" que poderia ser dirigido por uma personalidade "neutra", com o objetivo de adotar algumas reformas, incluindo a da lei eleitoral, para que depois fossem realizadas outras eleições no próximo outono (hemisfério norte) ou na primavera de 2014. Entre os nomes que se apresentam como possíveis chefes desse gabinete, os da ministra do Interior, Anna Maria Cancellieri, e da ex-comissária europeia Emma Bonino são citados.

Após a segunda rodada de consultas na sexta-feira com os principais líderes políticos para tentar chegar a um acordo, a presidência havia anunciado que Napolitano teria "um prazo de reflexão".