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No Chipre, líder da Igreja Ortodoxa pede renúncia do ministro das Finanças

"Se eu estivesse satisfeito, não teria pedido que renunciassem, uma vez que veem as coisas da mesma forma que a troika", disse o arcebispo

Agência France-Presse
postado em 31/03/2013 17:51
Nicosia - O líder da poderosa Igreja Ortodoxa do Chipre, arcebispo Chrysostomos II, pediu neste domingo (31/3) ao ministro das Finanças, Michalis Sarris, e ao governador do Banco Central cipriota, Panicos Demetriades, que deixem seus cargos.

"Se eu estivesse satisfeito, não teria pedido que renunciassem, uma vez que veem as coisas da mesma forma que a troika", disse o arcebispo, referindo-se aos credores internacionais do país (União Europeia, BCE e FMI).

Ante a troika, "não resistimos, e isto me parece inaceitável", criticou o religioso, defensor de uma saída da eurozona.

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Por outro lado, "acreditávamos que se tivéssemos dinheiro, trabalho e títulos, seríamos felizes. Se tivéssemos gasto dentro dos limites de nossos recursos, não teria acontecido o que estamos vendo hoje", afirmou.

Os clientes que depositaram mais de 100 mil euros no Banco do Chipre poderiam perder até 60% de suas economias, convertidas em ações, anunciaram neste sábado membros do governo cipriota, dentro das medidas para evitar a falência da ilha.

Em troca de uma ajuda de 10 bilhões de euros decidida em Bruxelas, as autoridades cipriotas devem chegar a 5,8 bilhões. Por isso, os depósitos superiores a 100 mil euros estão congelados no Banco do Chipre e no Laiki, os dois maiores bancos do país. O primeiro, com 18,5 bilhões em depósitos, deve ser reestruturado. O segundo, com 9,2 bilhões, será liquidado.

A drástica reestruturação bancária terá consequências dramáticas sobre a economia, alertam especialistas.

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