Agência France-Presse
postado em 02/04/2013 20:55
Gaza - A aviação israelense realizou na noite desta terça-feira três ataques contra o norte da Faixa de Gaza, os primeiros desde a trégua acertada em novembro passado entre Israel e o Hamas, no poder em Gaza, segundo uma fonte da segurança palestina.Os ataques, que aparentemente visaram campo aberto, não deixaram feridos, e ocorreram após o disparo de foguetes contra o sul de Israel.
O Exército israelense confirmou o "bombardeio de objetivos terroristas no norte da Faixa de Gaza. "O Exército responsabiliza exclusivamente o Hamas por toda atividade terrorista na Faixa de Gaza".
Segundo a polícia israelense, um foguete palestino atingiu uma zona desabitada na região de Eshkol, no sul de Israel, sem deixar vítimas ou danos materiais.
Em comunicado enviado à AFP, uma coalizão de grupos salafistas de Gaza, o Majlis Choura al-Moujahidine, reivindicou o disparo de dois foguetes contra Israel, em represália à morte do preso palestino Maisara Abou Hamdiyeh.
Condenado à prisão perpétua, Hamdiyeh faleceu nesta terça-feira, aos 64 anos, vítima de câncer no hospital Soroka de Beersheva (sul de Israel), uma morte que os palestinos atribuem ao governo israelense.
A morte de Maisara Abu Hamdiye desencadeou imediatamente protestos em pelo menos quatro estabelecimentos penitenciários, onde estão detidos presos políticos palestinos e para onde foram enviados reforços.
Também foram registrados confrontos em Hebron (sul da Cisjordânia), de onde Abu Hamdiye era originário.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, acusou o governo israelense de ser "arrogante e intransigente" e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de ser responsável pela morte do detento, que estava internado no Hospital Soroka desde o fim de de semana.
O diretor da associação de prisioneiros palestinos, Qadura Fares, também acusou Israel de ser responsável pela morte, provocada segundo ele por negligência médica e pela recusa das autoridades penitenciárias de liberá-lo para receber atendimento.
O prisioneiro se queixara de dor garganta há nove meses e depois teve um câncer detectado.
Abu Hamdiye, ex-general das forças de segurança da Autoridade Palestina, foi detido em 2002 e condenado à prisão perpétua em 2007 por tentativa de assassinato.
Ele era acusado de ter participado no recrutamento de militantes que pretendiam cometer um atentado em um café de Jerusalén em 2002.