Agência France-Presse
postado em 03/04/2013 16:00
Abu Dis - Milhares de palestinos se reuniram em silêncio nas ruas de Abu Dis nesta quarta-feira (3/4) para a passagem por esta cidade do corpo do palestino doente de câncer morto em Israel durante a sua detenção.O palestino Maisara Abu Hamdiye, condenado à prisão perpétua, tinha 64 anos de idade. Os palestinos acusam o governo de Israel de sua morte. Sua morte provocou protestos nas prisões onde estão detidos presos políticos palestinos. Também foram registrados confrontos em Hebron (sul da Cisjordânia), cidade natal de Abu Hamdiye.
Uma greve geral e um dia de luto foram declarados nesta quarta-feira na Cisjordânia, após a morte deste ex-general das forças de segurança da Autoridade Palestina, preso em 2002 e condenado à prisão perpétua em 2007 por tentativa de homicídio. Como forma de protesto, 4.600 prisioneiros palestinos em Israel recusaram-se a se alimentar nesta quarta-feira, de acordo com um porta-voz da administração penitenciária israelense.
No momento em que uma ambulância levou o corpo para a Universidade de Abu Dis, nos arredores de Jerusalém Oriental, milhares de pessoas foram às ruas, olhando silenciosamente passar o veículo, algumas delas agitando bandeiras palestinas. Quando o corpo foi retirado da ambulância, embrulhado na bandeira nacional palestina -branca, preta e verde- foram disparados tiros para o ar livre e as pessoas gritaram "Deus é maior".
O corpo de Abu Hamdiye será submetido a uma necrópsia no centro médico da universidade, antes do funeral previsto para acontecer em Hebron. Israel advertiu que irá responder a quaisquer ataques de Gaza ou das Colinas de Golã, após o tiroteio seguido a morte do palestino em um hospital israelense que reavivou as tensões na região.
Dois novos foguetes foram lançados nesta quarta a partir da Faixa de Gaza em direção a cidade israelense de Sderot, sem causar vítimas ou danos, afirmou um porta-voz da polícia. A Força Aérea israelense realizou três ataques na terça-feira à noite no norte da Faixa de Gaza, os primeiros desde a trégua alcançada no final de novembro entre Israel e o Hamas, no poder em Gaza, segundo fontes de segurança palestinas.