Agência France-Presse
postado em 03/04/2013 16:37
Caracas - A oposição venezuelana denunciou que o governo tem utilizado o Exército para mobilizar seus eleitores para as eleições presidenciais de 14 de abril, enquanto os chavistas acusam seus adversários de buscar o apoio de membros da instituição militar para desacreditar os resultados das eleições.O deputado opositor Alfonso Marquina apresentou ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) uma lista de militares que "em coordenação com líderes políticos do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) tem organizado atividades de mobilização para o dia da eleição." Ele também apresentou um documento oficial da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), supostamente denegrindo a oposição política.
"Isso mostra como nas redes de comunicação oficiais da FANB, que deve estar no dia 14 a serviço do CNE, estão envolvidos todos os altos funcionários do governo nacional, que também fazem parte do comando" da campanha chavista, declarou o deputado, que pediu uma "resposta rápida" ao órgão eleitoral máximo.
O líder da oposição, Henrique Capriles, disputará a presidência com o candidato chavista e presidente em exercício, Nicolas Maduro, em uma eleição convocada após a morte, em 5 de março, de Hugo Chávez.
Maduro, à frente nas pesquisas, pediu na terça-feira que seus partidários se mantenham "alertas", porque a oposição supostamente estaria buscando apoio militar para desacreditar os resultados da eleição.
"Disse aos líderes militares das regiões (...) que permaneçam alertas porque estão procurando militares dispostos a trair o povo e a trair a memória do comandante Chávez", declarou em um comício político em Barinas (oeste).
Chávez também denunciou em diversas ocasiões supostos planos da direita venezuelana para desestabilizar o país antes da campanha presidencial de outubro de 2012, e chegou a anunciar a criação de um comando "à prova de golpe".
O próprio Chávez organizou um golpe fracassado em 1992, sete anos antes de se tornar presidente da Venezuela, e em 2002 sofreu um que o deixou fora do poder por algumas horas. A partir de então, dedicou grandes esforços para garantir a lealdade da FANB, que foi descrita como chavista.