Agência France-Presse
postado em 03/04/2013 19:04
Washington (EUA) - O governo dos Estados Unidos passou a oferecer a partir desta quarta-feira uma recompensa de cinco milhões de dólares por informações que permitam levar à prisão do chefe rebelde ugandês Joseph Kony, acusado de crimes contra a Humanidade e, atualmente, escondido em uma região situada entre a República Centro-Africana, o Sudão e o Sudão do Sul.
Além do chefe do Exército de Resistência do Senhor(LRA, siglas em inglês), estão sob ordem de captura seus três principais comandados: Okot Odhiambo, Dominic Ongwen e Sylvestre Mudacumura, anunciou o Departamento de Estado. O LRA "é um dos grupos armados mais brutais do mundo", disse à imprensa o embaixador americano para a Justiça Criminal Global, Stephen Rapp.
"Entramos em ação hoje para que haja justiça para homens, mulheres e crianças inocentes que foram vítimas de assassinatos em massa, amputações, escravidão e outras atrocidades", indicou. O grupo armado, que defende um governo baseado nos dez mandamentos da Bíblia, iniciou suas atividades em Uganda em 1988. Seus combatentes estão mobilizados desde 2005 no nordeste da República Democrática do Congo, do Sudão do Sul e na República Centro-Africana. Suas atividades incluem o tráfico ilegal de marfim.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 45.000 pessoas foram deslocadas pelas ofensivas do LRA na República Democrática do Congo, na República Centro-Africana, em Uganda e no Sudão. O presidente americano, Barack Obama, autorizou em 2012 uma missão de 100 homens das forças especiais para ajudar o Exército de Uganda a patrulhar as regiões onde Kony poderia estar escondido. Mas o Exército ugandês anunciou na quarta-feira passada a suspensão das operações na República Centro-Africana como resposta à tomada de poder pela rebelião do grupo Seleka, que não foi reconhecido pela União Africana.
Tanto Kony como três de seus principais colaboradores são acusados pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) de crimes contra a Humanidade e de crimes de guerra, que incluem estupros, mutilações, assassinatos e a utilização de crianças para a guerra.