Agência France-Presse
postado em 05/04/2013 12:32
Washington - O presidente americano Barack Obama fará concessões aos rivais republicanos na área de programas sociais, importantes para o Partido Democrata, segundo uma autoridade americana que detalhou as principais linhas da proposta de orçamento do presidente para o exercício de 2014. O documento que a Casa Branca apresentará na próxima quarta-feira (10/4) para a aprovação do Congresso, em parte dominado pelos republicanos, será "uma proposta de compromisso a partir de um tronco comum", elaborado durante as negociações fracassadas do fim de 2012, afirmou a fonte, que pediu o anonimato.A proposta de Obama inclui modificações nos programas públicos de aposentadoria e seguro de saúde para idosos, cuja evolução será indexada de maneira menos generosa, segundo a fonte. Este é um pedido de longa data dos republicanos. Mas o presidente deseja aumentar a pressão fiscal sobre os mais ricos e mudar os programas de economia-aposentadoria que se beneficiam de uma redução de impostos, o que para o governo é um abuso.
[SAIBAMAIS]Ao combinar cortes nos gastos, Obama espera poder alcançar uma redução adicional do orçamento de 1,8 trilhão de dólares ao longo de 10 anos. O déficit orçamentário anual, estimado em 5,5% do PIB para o exercício que termina em setembro, cairia a 2,8% em 2016 e 1,7% em 2023, segundo o cálculo. "A proposta do presidente (...) não consiste em um menu no qual (os congressistas) poderão escolher; é um conjunto de medidas coerentes que refletem o compromisso que deveríamos ser capazes de alcançar", segundo a fonte.
O presidente republicano da Câmara de Representantes John Boehner, que negocia desde 2011 com Obama sobre assuntos orçamentários, com resultados muito limitados, recebeu a proposta do Executivo sem entusiasmo, vinculando-a aos resultados díspares sobre o desemprego que foram divulgados nesta sexta-feira (5/4).
"Uma das melhores coisas que o presidente Obama pode fazer é seguir os passos da Câmara e preparar um orçamento equilibrado que compreenda reformas de programas sociais sem que implique mais aumentos de impostos, que impedirão o crescimento ao invés de estimulá-lo", afirmou em um comunicado.