Agência France-Presse
postado em 06/04/2013 10:41
Washington - O presidente americano, Barack Obama, afirmou neste sábado (6/4) que seu projeto de orçamento, que será divulgado na próxima semana, busca dinamizar a classe média do país e introduzir reformas para conter os déficits."Nossa prioridade como país, e a primeira de minhas prioridades como presidente, deve ser fazer todo o possível para reativar o motor dos Estados Unidos: uma classe média próspera e crescente", disse Obama em seu programa semanal de rádio.
"É nosso norte. Deve determinar cada decisão que tomamos", completou.
As declarações foram feitas depois das notícias de que o projeto de orçamento de Obama fará concessões importantes aos republicanos, oferecendo cortes em alguns programas como o de previdência social para aposentados e o Medicare, uma cobertura de saúde para os idosos.
Segundo uma fonte do governo, o projeto do presidente significaria nos próximos 10 anos uma redução do déficit de 1,8 trilhão de dólares, o que várias pessoas descreveram como "oferta de compromisso" que corta o gasto federal, representa economias na previdência social e o aumento da arrecadação fiscal procedente dos mais ricos.
Com a economia de 2,5 trilhões de dólares obtida desde as negociações de 2010, tudo somaria uma redução do déficit de 4,3 trilhões de dólares em 10 anos, superior ao objetivo fixado pelas duas partes para estabilizar a dívida pública.
Enquanto o déficit do orçamento anual é projetado para 5,5% do PIB para o ano fiscal que termina em setembro, com o projeto de Obama, se prevê que o déficit diminua a 1,7% até 2023.
Mas o projeto despertou divergências tanto de conservadores como de liberais. O presidente republicano da Câmara de Representantes, John Boehner, advertiu que Obama deu "passos na direção equivocada" ao fazer cortes menores que os propostos nas negociações com os republicanos en 2012.
Além disso, ao tomar conhecimento do projeto, os liberais ficaram irritados ao perceber que o presidente cedeu aos republicanos. O senador Bernie Sanders, da ala mais à esquerda, afirmou que fará o possível para bloquear a proposta de Obama.
Mas o presidente defendeu suas ideias, argumentando que seu orçamento permitira reduzir os déficits, mas não através de cortes que afetariam estudantes, idosos e da classe média, "e sim por meio de uma aproximação equilibrada que os americanos preferem e dos investimentos necessários para uma economia crescente".
A proposta também incluiria o fim das vantagens fiscais para os mais ricos.
"É um orçamento que não supera nossas capacidades", disse Obama.
"E é um orçamento que não implica cortes severos e desnecessários que servem apenas para desacelerar nossa economia. E manteremos nossa promessa com as gerações futuras, investindo nos fundamentos que fizeram um país forte - a fabricação e a inovação, a energia e a educação".
O governador republicano do Kansas, Sam Brownback afirmou que Washington está quebrado e que vários programas caros ficaram sem recursos.
Ele recomendou um estímulo ao espírito empresarial para alcançar um crescimento.
"Nossa mensagem republicana é que acreditamos mais no poder das pessoas que no controle do governo", disse Brownback.