Agência France-Presse
postado em 08/04/2013 06:50
Seul - A Coréia do Sul informou nesta segunda-feira (8/4) que não existem sinais de que a Coréia do Norte esteja preparando o quarto teste nuclear, depois de anunciar poucas horas antes que a atividade era intensa na principal unidade atômica norte-coreana. "Há atividades, mas parecem ser atividades de rotina nas instalações de Punggye-ri, onde acontecem este tipo de teste", afirmou o porta-voz do ministério da Defesa, Kim Min-Seok.O ministro da Unificação, Ryoo Kihl-jae, havia declarado a uma comissão parlamentar que Pyongyang parecia preparar para os próximos dias um lançamento de teste de míssil balístico, assim como um quarto teste nuclear.
Em Haia, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu à Coreia do Norte que não faça novas provocações. "A República Popular Democrática da Coreia não pode continuar assim, enfrentando e desafiando a autoridade do Conselho de Segurança e a comunidade internacional", disse. "É um pedido urgente e honesto da comunidade internacional, que me inclui", declarou Ban após um encontro com o ministro holandês das Relações Exteriores, Frans Timmermans.
Ao mesmo tempo, um dirigente do Partido Comunista norte-coreano, Kim Yang Gon, afirmou, segundo a agência oficial KCNA, que Pyongyang vai retirar os 53.000 trabalhadores da zona industrial conjunta com a Coreia do Sul de Kaesong. "As decisões são inevitáveis pela atitude belicista dos que buscam fazer de Kaesong um objeto de confronto", declarou Kim Yang Gon, que visitou o complexo na manhã desta segunda-feira. "A maneira como a situação evoluirá nos próximos dias dependerá em sua totalidade da atitude das autoridades sul-coreanas", completou.
De acordo com o jornal New York Times, Estados Unidos e Coreia do Sul elaboram planos para responder de medida coordenada as ações da Coreia do Norte, mas com o objetivo de evitar uma escalada para uma guerra aberta. O jornal, que cita fontes não identificadas do governo, destacou que o plano para contra-atacar as provocações prevê uma resposta imediata, mas proporcional à Coreia do Norte, caso Pyongyang decida executar um ataque terrestre ou disparar um míssil.
De acordo com o plano, qualquer ataque de Pyongyang será respondido com armas similares, acrescentou o jornal. No caso de bombardeio dos norte-coreanos a uma ilha sul-coreana com instalações militares, o plano define uma rápida resposta com uma carga de intensidade similar. O Japão ordenou a suas forças a derrubada de qualquer míssil norte-coreano que apontar para seu território, anunciou uma fonte do ministério da Defesa. "Não convocaremos nenhuma entrevista coletiva especial porque não queremos depender das provocações norte-coreanas. E a Coreia do Norte teria indicações de nossa estratégia se apresentássemos detalhes em público", disse a fonte, que pediu anonimato.
"Não existe uma alta probabilidade de que este míssil aponte para o Japão, mas decidimos por uma preparação para qualquer eventualidade", completou.