Agência France-Presse
postado em 08/04/2013 16:02
Jerusalém - O secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou nesta segunda-feira (8/4), no segundo dia de sua visita a Israel e aos territórios palestinos, que a paz é possível se as necessidade de segurança de Israel e o desejo do povo palestino de ter um Estado forem respeitadas.
"Creio que sim, podemos satisfazer as necessidades de segurança de Israel, e creio que são reais e, sim, podemos satisfazer as aspirações a um Estado do povo palestino. E creio que será possível conseguir progressos em relação à paz", afirmou Kerry diante do pessoal diplomático do consulado dos Estados Unidos em Jerusalém Ocidental.
O chefe da diplomacia americana também se reuniu no consulado americano com o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Salam Fayyad, que lidera um governo abertamente questionado pelo movimento Fatah do presidente Mahmud Abbas.
Kerry foi recebido depois pelo presidente israelense Shimon Peres, e deve jantar com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, com o qual se reunirá novamente na terça pela manhã em Jerusalém.
Proveniente da Turquia, Kerry aterrissou na tarde do último domingo (7/4) em Tel Aviv e de lá foi para Ramallah (Cisjordânia), onde se reuniu com o presidente palestino, Mahmud Abbas.
Na conversa de 90 minutos, "construtiva", segundo um funcionário do Departamento de Estado, o presidente Abbas reiterou a Kerry sua exigência de suspensão da colonização judaica e apresentou a libertação de presos palestinos nas prisões israelenses como a maior prioridade para negociar a paz com Israel.
Abbas disse a Kerry que libertar cerca de 4.500 detentos que estão nas prisões israelenses é "a maior prioridade para criar a atmosfera adequada para a retomada das negociações".
Também voltou a pedir uma negociação com base nas fronteiras de 1967, o que implicaria em uma retirada israelense de toda a Cisjordânia e de Jerusalém Oriental.
Washington tinha avisado de antemão que o secretário de Estado não levaria um plano de paz na mala. Kerry quer, antes de tudo, "ouvir" as duas partes e "ver o que é possível" fazer para relançar as discussões em ponto morto.
Americanos e palestinos mantiveram suas discussões abertas no fim de março durante a visita histórica do presidente Barack Obama.