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Colombianos marcham em apoio ao processo de paz entre Farc e governo

No Dia Nacional em Memória e Solidariedade às Vítimas do Conflito Armado, lembrado nesta terça-feira (9/4), milhares de colombianos marcharão em apoio ao processo de paz

postado em 09/04/2013 10:48

O presidente da República, Juan Manuel Santos, é o principal porta-voz e incentivador da marcha

Bogotá - No Dia Nacional em Memória e Solidariedade às Vítimas do Conflito Armado, lembrado nesta terça-feira (9/4), milhares de colombianos marcharão em diversas regiões do país em apoio ao processo de paz, iniciado em novembro do ano passado, entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo do país em Havana, Cuba. O próprio governo lidera a marcha, com o objetivo de buscar respaldo da opinião pública ao processo. A mensagem direcionada à sociedade civil é "Sua contribuição é acreditar;.

O presidente da República, Juan Manuel Santos, é o principal porta-voz e incentivador da marcha. Em cadeia nacional e mensagens no site da Presidência e em sua conta pessoal no Twitter, ele chama a população a marchar. ;A melhor homenagem que podemos assegurar às vítimas é que no futuro não haja mais vítimas;, declara.

O presidente participará da manifestação em Bogotá. Na capital, a marcha sairá de cinco pontos diferentes, a partir das 9h (11h em Brasília), até a Praça Simón Bolivar, no centro histórico da cidade, em frente à Casa de Nariño (palácio presidencial).


A marcha tem o apoio de diversos partidos políticos, associações camponesas, sindicatos e também de vítimas, além de ministros, deputados e senadores. A manifestação convoca a sociedade civil, em um momento em que as críticas ao processo de paz se aprofundam. Os ex-presidentes Álvaro Uribe e Andrés Pastrana têm feito diversas críticas à negociação.

Na semana passada, o procurador-geral da Nação, Alejandro Ordóñez, fez críticas ao Marco Jurídico para a Paz, um conjunto de leis aprovado pelo Congresso para permitir que um acordo seja implementado após o fim das negociações.

Segundo o procurador, o marco pode gerar impunidade por abrir a porta da participação política aos ex-guerrilheiros, caso o desfecho da negociação seja pelo fim do conflito.

As negociações, no entanto, ainda não chegaram ao ponto de discutir a participação política e a reparação das vítimas, dois dos temas que fazem parte da agenda. Os negociadores em Cuba ainda estão debatendo o desenvolvimento agrário, primeiro item da pauta.

Nas redes sociais, as manifestações também são controversas. Há apoiadores e pessoas que se negam a marchar pela paz, por entenderem que a manifestação ;respalda; as Farc. Mesmo assim, o presidente Juan Manuel Santos mantém o discurso e tenta motivar o país.

;A paz está cada vez mais perto, as condições estão dadas e nos permitem, pela primeira vez, a possibilidade de uma Colômbia sem guerra;, concluiu.

Além de lembrar as vítimas, o dia 9 de abril é importante para a história colombiana. Há 65 anos, em 1948, o país viveu um de seus momentos mais violentos, quando o líder liberal e candidato à Presidência, Jorge Eliécer Gaitán, foi assassinado no centro de Bogotá. O episódio culminou no chamado Bogotazo e marcou o país com anos violentos a partir de então.

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