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Greve no Chile paralisa a estatal Codelco e empresas privadas

Funcionários da estatal chilena Codelco, maior produtora mundial de cobre, e de outras mineradoras privadas iniciaram uma greve de 24 horas para reivindicar melhores condições de trabalho

Agência France-Presse
postado em 09/04/2013 15:42
Santiago - Os funcionários da gigante estatal chilena Codelco, maior produtora mundial de cobre, e de outras mineradoras privadas iniciaram uma greve de 24 horas para reivindicar melhores condições de trabalho, o que ameaça um terço da produção mundial do metal. A paralisação havia sido anunciada na segunda-feira (8/4) pela FTC e pela Federação de Mineração do Chile (FMCJ), que reúne as principais mineradoras privadas do país.

"Estão paralisadas 100% das divisões da Codelco, e funcionando apenas algumas equipes de emergência de equipamentos mais críticos", afirmou o ministro das Minas, Hernán de Solminihac. "O movimento ilegal dos trabalhadores da Codelco não tem justificativa; significa que o país, que todos os chilenos, estão deixando de ganhar 35 milhões de dólares", acusou, por seu lado, Thomas Keller, presidente executivo da Codelco.

Nas mineradoras particulares a paralisação foi acatada parcialmente, com atrasos no início dos turnos, como aconteceu na Mineradora Escondida, operada pela anglo-australiana BHP Billiton e considerada a maior jazida privada atualmente em operação. Em Collahuasi, controlada pela Anglo American e pela Xstrata Plc e considerada a terceira maior mineradora do mundo em termos de produção, os trabalhadores não aderiram à paralisação, segundo o sindicato.



As exigências dos trabalhadores da Codelco incluem aumentos salariais, melhorias de segurança e o fim da terceirização, entre outras demandas. Os trabalhadores rejeitam as medidas de ajuste adotadas pelas novas autoridades da estatal para enfrentar um aumento dos custos e uma perda de competitividade ante as mineradoras privadas.

O ministro da Economia, Pablo Longueira, convidou os trabalhadores ao diálogo e recordou que se trata de um setor privilegiado. "Não podemos entender que existam paralisações ilegais em um setor que possui as melhores remunerações do Chile", argumentou.

Apenas na Codelco, a média de remunerações de seu pessoal (cerca de 20.000 trabalhadores) alcança os 7.000 dólares, apesar de a mineradora ter um alto percentual de trabalhadores terceirizados, com salários 70% menores nas mesmas funções.

O setor minerador chileno representa quase 60% de todas as exportações do Chile. Em 2012, o Chile produziu um total de 5,455 bilhões de toneladas de cobre e, para 2013, espera-se um crescimento de 3%, alcançando 5,596 bilhões de toneladas, segundo dados da Comissão Chilena do Cobre (Cochilco).

Com investimentos projetados de mais de 100 bilhões de dólares, o país espera aumentar sua produção anual até oito toneladas na próxima década.

A greve na Codelco também coincide com o início da sexta edição da Conferência Mundial do Cobre, que reúne em Santiago terça e quarta-feira os principais atores do setor.

Na reunião, a indústria concordou que uma forte demanda da China, resultante de um processo de industrialização ainda em etapa inicial, continuará sustentando as necessidades mundiais de cobre em longo prazo.

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