Agência France-Presse
postado em 09/04/2013 16:11
Jerusalém - Um tribunal de Jerusalém condenou nesta terça-feira (9/4) um colono de origem americana à prisão perpétua pelo assassinato de dois palestinos. "Eu não nego e nem lamento", afirmou o colono Jack Teitel aos jornalistas após a leitura do veredicto, acrescentando estar "orgulhoso de servir a Deus".Este ativista religioso de extrema-direita foi declarado culpado pelo assassinato de um motorista de ônibus e de um pastor em 1997, de duas tentativas de assassinato, de fabricação e posse de armas, entre outros delitos.
O veredicto do tribunal indica que o acusado foi condenado a duas penas de prisão perpétua, uma por cada vítima, e além disso deverá pagar 180.000 shekels (36.000 euros) a cada uma das famílias dos mortos.
O juiz Yoed Cohen lembrou, em seu veredicto, que "um dia depois do Dia do Holocausto, que lembra os milhões de judeus mortos por uma ideologia racista demente (...), um homem, ainda mais um judeu, jamais deve esquecer o preceito de ;Não Matarás".
A justiça havia reconhecido em dezembro que Teitel estava em plena posse de suas capacidades mentais no momento dos crimes, refutando os argumentos de seus advogados, segundo os quais o assassino não era responsável por seus atos em razão de seu estado mental instável.
Jack Teitel, de 40 anos, pai de quatro filhos, morava numa colônia da Cisjordânia ocupada desde 1999. Ele reivindicou, entre outras coisas, a autoria de um atentado com explosivos em 2008 contra a residência do historiador Zeev Sternhen, conhecido por suas opiniões de esquerda. Chamado pela imprensa israelense de o "terrorista judeu", Teitel foi preso pela polícia em 2009.
Jack Teitel também atacou os homossexuais, pedindo o fim desta comunidade e fazendo apologia a um ataque contra o centro de ajuda à comunidade gay que deixou dois mortos em 2009 em Tel Aviv. Vários colonos extremistas já foram presos por atentados contra palestinos.