Rodrigo Craveiro
postado em 10/04/2013 06:05
De um lado, um Exército norte-coreano de 950 mil homens, um regime que construiu seu programa nuclear à custa da fome de 24 milhões de pessoas e um ditador ávido por se firmar no poder. Do outro lado, 560 mil soldados respaldados pela maior potência bélica do planeta e governados por uma presidente há menos de três meses no cargo. A crise na Península Coreana se agravou nas últimas horas, depois que Pyongyang ameaçou um ataque termonuclear contra Seul e convocou os estrangeiros a se retirarem da Coreia do Sul. Até o fechamento desta edição, os Estados Unidos consideravam iminente o lançamento de mísseis balísticos por parte da Coreia do Norte. Uma fonte do Pentágono confirmou à rede de tevê CNN que as forças de Kim Jong-un já tinham completado a fase preparatória para o teste. O Japão posicionou três baterias antimísseis Patriot para proteger os 30 milhões de moradores de Tóquio. Bravata ou não, a retórica beligerante de Kim tem deixado os vizinhos e as potências ocidentais com os nervos à flor da pele.
Às vésperas da reunião de chanceleres do G8 ; os sete países mais industrializados (EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Japão e Canadá) e a Rússia ;, o porta-voz da chancelaria russa, Alexander Lukashevich, falou em nome do bloco e rejeitou "a linha de conduta belicosa e provocativa de Pyongyang". "Não devemos renunciar aos esforços diplomáticos e políticos, já que qualquer alternativa traz a ameaça de profunda reviravolta no Nordeste da Ásia", comentou. Por sua vez, o ministro Sergey Lavrov acusou a Coreia do Norte de violar, "aberta e descaradamente", as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.