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Estados Unidos e Coreia do Sul elevam nível de alerta ante ameaça coreana

O comando integrado das forças americanas e sul-coreanas alterou de 3 para 2 o nível de alerta - o nível 1 é sinônimo de guerra

Agência France-Presse
postado em 10/04/2013 07:20
Patrulhas de soldados sul-coreanos na zona desmilitarizada que separa a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, em Paju, ao norte de Seul
Seul -
Coreia do Sul e Estados Unidos elevaram nesta quarta-feira (10/4) o nível de alerta ante a "ameaça vital" representada pela Coreia do Norte, que estaria a ponto de executar um ou vários lançamentos de mísseis, com a aproximação do aniversário da data de nascimento do fundador do país, 15 de abril. O comando integrado das forças americanas e sul-coreanas alterou de 3 para 2 o nível de alerta - o nível 1 é sinônimo de guerra, o 4 equivale a tempos de paz - ao alegar uma "ameaça vital", informou uma fonte militar à agência sul-coreana Yonhap.

Um lançamento de míssil pode acontecer a "qualquer momento a partir de agora", afirmou o ministro sul-coreano das Relações Exteriores, Yun Byung-Se, no Parlamento. Ele advertiu Pyongyang que tal ato provocaria novas sanções da ONU. O lançamento pode coincidir com a visita a Seul do secretário de Estado americano, John Kerry, e do comandante da Otan, Anerd Fogh Rasmussen, que chegarão à capital sul-coreana na sexta-feira.

O regime norte-coreano, ignorando as advertências da vizinha e aliada China, enviou na semana passada para sua costa leste dois mísseis Musudan, com um alcance teórico de 4.000 quilômetros, ou seja, capacidade para atingir a Coreia do Sul, o Japão ou a ilha americana de Guam, segundo Seul. A inteligência militar sul-coreana afirma que o Norte está disposto a efetuar um disparo que poderia acontecer por volta de 15 de abril, dia do nascimento do fundador da República Democrática Popular da Coreia, Kim Il-Sung, morto em 1994.



O Japão também anunciou nesta quarta-feira (10/4) que se encontra em "estado de alerta" para interceptar qualquer míssil que ameace o arquipélago. Na terça-feira (9/4), baterias antimísseis foram instaladas no centro de Tóquio e ao redor da capital. O secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-moon, pediu a redução das tensões, que considera "muito perigosas".

O regime de Pyongyang, irritado com as novas sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU depois do teste nuclear de fevereiro e das atuais manobras militares conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, multiplicou nas últimas semanas as declarações bélicas e as ameaças.

A Coreia do Sul e seus aliados ocidentais questionam as verdadeiras intenções do jovem dirigente norte-coreano Kim Jong-Un, que ainda não completou 30 anos e sucedeu o pai, Kim Jong-Il, morto em dezembro de 2011.

Segundo uma fonte do governo citada pela agência Yonhap, o Norte poderia lançar vários mísseis, pois foram detectados deslocamentos de veículos lançadores que transportavam Scuds - com um alcance de centenas de quilômetros - e Rodongs, capazes de viajar pouco mais de 1.000 quilômetros. "Existem crescentes indícios de que são preparados os lançamentos de vários mísseis", afirmou a fonte.

Visivelmente irritada com a reação de parte da comunidade internacional, que considera suas ameaças pura atitude retórica, a Coreia do Norte elevou ainda mais o tom com a ameaça de uma "guerra termonuclear" e a recomendação para que os estrangeiros abandonem a Coreia do Sul. Pyongyang advertiu os países que têm representação diplomática no país que não poderia garantir a segurança das missões a partir de 10 de abril.

Nesta quarta-feira (10/4), o mais importante posto de fronteira da China com a Coreia do Norte, em Dandong, estava fechada para os turistas, mas permanecia aberta para os negócios, segundo um funcionário da alfândega na cidade. "As agências de viagem não estão autorizadas a seguir, já que o governo norte-coreano pede aos estrangeiros que deixem o país. Até onde sei, os empresários podem entrar e sair livremente da Coreia do Norte", afirmou a fonte, que pediu anonimato.

Pyongyang retirou na terça-feira (9/4) os 53.000 funcionários norte-coreanos que trabalham no polo industrial de Kaesong. O acesso ao local está proibido aos sul-coreanos desde 3 de abril.

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