Agência France-Presse
postado em 10/04/2013 10:06

"Nenhum ministro pode questionar a política levada adiante, que não é de austeridade", acrescentou. Três de seus ministros, os socialistas Arnaud Montebourg e Benoit Hamon e a ecologista Cécile Duflot, fizeram declarações nas últimas horas para se distanciar da política de rigor orçamentário, cujo objetivo é reduzir o déficit público a 3% em 2014.
[SAIBAMAIS]O ministro da Recuperação produtiva (Indústria), Arnaud Montebourg, disse em uma entrevista ao jornal Le Monde que "a seriedade orçamentária, se mata o crescimento, deixa de ser seriedade e passa a ser algo absurdo e perigoso". Segundo Montebourg, "chegou a hora de abrir um debate sobre esta política que conduz à derrocada da União" Europeia.
Segundo pessoas próximas, o ministro está convencido de que a resposta à atual crise política - desencadeada na França pelo escândalo da conta secreta na Suíça do ex-ministro do orçamento Jérôme Cahuzac -, "deve ser política, e não apenas ética". A ministra de Habitação, Cécile Duflot, opinou em uma entrevista ao Mediapart que adotar medidas exclusivamente éticas ou técnicas contra a fraude fiscal não são uma resposta suficiente à crise política.
"A crise política que vivemos teve um desencadeador circunstancial: a revelação das mentiras e das ações de Jerome Cahuzac. Mas as raízes da crise são mais profundas: uma crise econômica e social forte e um importante estímulo reacionário", acrescentou. "Não se pode considerar que passar o cepilho de carpinteiro em todos seja um bom método político". Segundo uma fonte próxima a um dos dois ministros, "Cahuzac representava a austeridade, já não se pode exigir que as pessoas apertem os cintos e sigam aplicando esta mesma política de austeridade".