Blantyre - O governo do Malauí criticou duramente a cantora Madonna por desejar ser tratada como uma estrela em sua viagem recente ao país africano. Pela primeira vez, Madonna não teve acesso à área VIP do aeroporto da capital do Malauí, Lilongwe, e teve que passar pela área destinada aos turistas.
O governo do Malauí divulgou um comunicado de quatro páginas no qual considera "estranho e deprimente" comprovar que a estrela americana deseje que o país africano se veja obrigado "para sempre a expressar sua gratidão" porque ela adotou dois filhos malauianos. "A bondade, em seu conceito comum, é gratuita e anônima. Se não pode ser gratuita e silenciosa, não é bondade, é outra coisa, se parece com chantagem".
A cantora viajou na semana passada ao Malauí, um dos países mais pobres da África, com os quatro filhos, dois deles adotados no país, para visitar várias escolas construídas por sua iniciativa. "Madonna é como qualquer outro visitante do país", afirma o comunicado.
O governo também criticou duramente os projetos da cantora no país e exigiu que ela seja "decente e diga a verdade". "Que proclame aos quatro ventos que mandou construir escolas no Malauí, quando de fato apenas contribuiu para construir várias salas, não é com compatível com as maneiras de alguém que merece ser recebido oficialmente".
Madonna abandonou há dois anos um projeto de construção de um colégio para meninas, calculado em 15 milhões de dólares, alegando que construiria escolas que receberiam mais crianças. De acordo com Trevor Neilson, que administra os projetos da cantora, as escolas já estão abertas e são centros de ensino regularizados. "Vamos continuar financiando programas de ajuda às crianças do Malauí", disse Neilson, que chamou Madonna de "filantropo mais importante" do país africano.