Agência France-Presse
postado em 11/04/2013 12:12
Paris - O grande rabino da França, Gilles Bernheim, que admitiu ter feito diversos plágios e usurpado um título em filosofia, anunciou nesta quinta-feira (11/4) sua renuncia, após um escândalo que fragiliza o Consistório, a instituição oficial judaica na França.
Gilles Bernheim anunciou sua licença imediata durante uma reunião excepcional do conselho do Consistório, indicou o vice-presidente do Consistório de Paris, Elie Korchia. O grande rabino, que admitiu ter plagiado vários autores e mentido sobre uma agregação como professor universitário de filosofia, havia anunciado na terça-feira que não renunciaria.
Mas acabou por ceder após a convocação do conselho do Consistório central, formado por 30 membros. "Ele admitiu seus erros, pediu perdão e deu explicações. Ele aceitou o afastamento de suas funções como grande rabino", declarou à AFP Sammy Ghoslan, vice-presidente do Consistório, no final da reunião.
"Esta é uma solução que traz mais serenidade. Estávamos todos de acordo", disse, acrescentando que todas as prerrogativas de Gilles Bernheim "serão asseguradas por um interino que será nomeado esta semana pelo presidente do Consistório". "Foi a decisão correta. Todos concordaram com esta solução, que protege o homem em primeiro lugar e, em seguida, protege a função e o Consistório", comentou por sua vez Gahnassia Jacques-Hubert, presidente da uma sinagoga em Paris.
Gilles Bernheim, de 60 anos, eleito grande rabino da França em 2008 para um mandato de sete anos, havia excluído a possibilidade de uma renúncia, considerando que seria uma "deserção", apesar de reconhecer vários episódios de plágio, descritos como "empréstimos" em diferentes obras, principalmente na consagrada ao casamento homossexual, que foi citada pelo papa Bento XVI em dezembro de 2012.
Ele também admitiu que não obteve a agregação de filosofia, ao contrário do que é indicado em várias biografias, justificando que "deixou que dissessem" esta mentira após um "evento trágico" em sua vida. Ele não citou qual teria sido este evento que conduziu à tal mentira.
Apelidado de o "rabino filósofo", Gilles Bernheim construiu uma sólida imagem de intelectual e guia moral, que acabou por se desfazer com as revelações de suas mentiras. Aberto, ao mesmo tempo que ortodoxo, ganhou respeito ao expor sua visão sobre questões sociais relacionadas a eutanásia, casamento, igualdade entre sexos e AIDS.
Refinado e elegante, Gilles Bernheim conquistou muitos partidários para além da comunidade judaica por sua abertura a outras religiões. Com cerca de 600.000 habitantes, a comunidade judaica francesa se dividiu sobre o futuro do grande Rabino, como evidenciado pelas discussões nas redes sociais. Alguns o defenderam incondicionalmente, enquanto outros pediam sua renúncia.
O escândalo se espalhou pelo Consistório central, único interlocutor das autoridades, já enfraquecido pela ascensão de movimentos autônomos. Em dez anos várias sinagogas independentes do Consistório foram criadas para manter autonomia financeira ou para escolher o seu próprio rabino, dividindo-se em três ramos principais: um liberal, os Lubavitch, um movimento ultra-ortodoxo com aproximadamente 12.000 famílias, e os Masorti (conservadores).
Gilles Bernheim anunciou sua licença imediata durante uma reunião excepcional do conselho do Consistório, indicou o vice-presidente do Consistório de Paris, Elie Korchia. O grande rabino, que admitiu ter plagiado vários autores e mentido sobre uma agregação como professor universitário de filosofia, havia anunciado na terça-feira que não renunciaria.
Mas acabou por ceder após a convocação do conselho do Consistório central, formado por 30 membros. "Ele admitiu seus erros, pediu perdão e deu explicações. Ele aceitou o afastamento de suas funções como grande rabino", declarou à AFP Sammy Ghoslan, vice-presidente do Consistório, no final da reunião.
"Esta é uma solução que traz mais serenidade. Estávamos todos de acordo", disse, acrescentando que todas as prerrogativas de Gilles Bernheim "serão asseguradas por um interino que será nomeado esta semana pelo presidente do Consistório". "Foi a decisão correta. Todos concordaram com esta solução, que protege o homem em primeiro lugar e, em seguida, protege a função e o Consistório", comentou por sua vez Gahnassia Jacques-Hubert, presidente da uma sinagoga em Paris.
Gilles Bernheim, de 60 anos, eleito grande rabino da França em 2008 para um mandato de sete anos, havia excluído a possibilidade de uma renúncia, considerando que seria uma "deserção", apesar de reconhecer vários episódios de plágio, descritos como "empréstimos" em diferentes obras, principalmente na consagrada ao casamento homossexual, que foi citada pelo papa Bento XVI em dezembro de 2012.
Ele também admitiu que não obteve a agregação de filosofia, ao contrário do que é indicado em várias biografias, justificando que "deixou que dissessem" esta mentira após um "evento trágico" em sua vida. Ele não citou qual teria sido este evento que conduziu à tal mentira.
Apelidado de o "rabino filósofo", Gilles Bernheim construiu uma sólida imagem de intelectual e guia moral, que acabou por se desfazer com as revelações de suas mentiras. Aberto, ao mesmo tempo que ortodoxo, ganhou respeito ao expor sua visão sobre questões sociais relacionadas a eutanásia, casamento, igualdade entre sexos e AIDS.
Refinado e elegante, Gilles Bernheim conquistou muitos partidários para além da comunidade judaica por sua abertura a outras religiões. Com cerca de 600.000 habitantes, a comunidade judaica francesa se dividiu sobre o futuro do grande Rabino, como evidenciado pelas discussões nas redes sociais. Alguns o defenderam incondicionalmente, enquanto outros pediam sua renúncia.
O escândalo se espalhou pelo Consistório central, único interlocutor das autoridades, já enfraquecido pela ascensão de movimentos autônomos. Em dez anos várias sinagogas independentes do Consistório foram criadas para manter autonomia financeira ou para escolher o seu próprio rabino, dividindo-se em três ramos principais: um liberal, os Lubavitch, um movimento ultra-ortodoxo com aproximadamente 12.000 famílias, e os Masorti (conservadores).