Agência France-Presse
postado em 11/04/2013 15:14
Ramallah - O primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, pensa em renunciar em função de divergências com o presidente Mahmud Abbas, mas a reunião entre ambos, prevista para esta quinta-feira, foi adiada e nenhuma outra data foi marcada, indicaram fontes palestinas oficiais.O conflito se intensificou no mês passado, quando Fayyad aceitou a renúncia de seu ministro das Finanças, decisão rejeitada por Abbas.
Uma fonte do governo palestino indicou à AFP que "prosseguem as negociações, mas a renúncia ainda não está decidida".
No entanto, segundo um representante do departamento de Estado americano em Londres, Fayyad, que conta com o apoio de Washington, não renunciará. "Até onde eu sei ele fica", disse o funcionário.
"O presidente Abbas insiste que o senhor Qasis continue sendo ministro das Finanças e hoje o senhor Fayyad tem que decidir: ou manter o cargo do senhor Qasis ou renunciar como chefe de governo", disse nesta quinta-feira Azam al-Ahmad, um líder do Fatah, o movimento de Abbas, na rádio oficial Voz da Palestina.
Outro funcionário palestino que não quis se identificar indicou à AFP que Fayyad "preparou uma carta de renúncia para apresentá-la nesta quinta-feira(11/4) ao presidente Abbas", que voltou a Ramallah (Cisjordânia) após uma visita ao Qatar.
O Conselho Revolucionário do Fatah, o movimento de Abbas, lamentou na sexta-feira em um comunicado "a política do governo palestino marcada pela improvisação e pela confusão em muitos temas financeiros e econômicos".
Antes da nomeação de Qasis, em maio de 2012, o ministério das Finanças estava nas mãos de Fayyad, que também exercia a posição de primeiro-ministro.
A Autoridade Palestina de Mahmud Abbas está vivendo, segundo vários ministros, "sua pior crise financeira desde sua criação, em 1994, provocada pelas restrições israelenses e pelo bloqueio das ajudas internacionais, embora os Estados Unidos tenham decidido recentemente desbloquear 500 milhões de dólares.
A renúncia de Fayyad, considerado pela comunidade internacional como um homem que poderia edificar as instituições de um futuro Estado palestino, pode colocar em risco o acordo para promover o desenvolvimento econômico na Cisjordânia, anunciado pelo secretário americano de Estado, John Kerry, depois de se reunir com autoridades israelenses e palestinas.
Kerry descartou na terça-feira (9/4) um retorno rápido às negociações de paz após uma visita de três dias a Israel e aos Territórios Palestinos.