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Rússia investirá 50 bilhões de dólares em programas espaciais até 2020

O presidente Vladimir Putin insistiu na necessidade que seu país tem de conservar seu status de potência espacial

Agência France-Presse
postado em 12/04/2013 12:29
Moscou - A Rússia investirá 1,6 trilhão de rublos (39,6 bilhões de euros, 50 bilhões de dólares) em seus programas espaciais até 2020, anunciou nesta sexta-feira (12/4) o presidente Vladimir Putin.

Enquanto realizava uma visita às obras em construção do cosmódromo de Vostochny, na região do rio Amur (Extremo Oriente), Putin insistiu na necessidade que seu país tem de conservar seu status de potência espacial.

O cosmódromo de Vostochny substituirá no futuro o de Baikonur, que data da época soviética e que a Rússia precisa alugar do Cazaquistão desde a queda da URSS, em 1991.

O presidente realizou esta viagem por ocasião do Dia Anual do Espaço, exatamente 52 anos depois do primeiro voo espacial, realizado pelo soviético Yuri Gagarin. "O desenvolvimento de nosso potencial será no futuro uma das prioridades da política estatal", afirmou, ressaltando a importância estratégica, assim como econômica, deste setor. "Embora o volume do mercado seja atualmente de 300 a 400 bilhões de dólares anuais, em 2030 pode chegar a 1,5 trilhão de dólares. Devemos explorar plenamente esta ;janela de oportunidades;", acrescentou.

Nesta perspectiva, "entre 2013 e 2020 serão destinados 1,6 trilhão de rublos aos programas espaciais", prometeu Putin. Depois informou que em 2013 o montante dos investimentos públicos neste setor já era de 181 bilhões de rublos (4,5 bilhões de euros).

"Em termos de fundos investidos, nós ocupamos o terceiro lugar, atrás dos Estados Unidos e da União Europeia", ressaltou.

O diretor da Agência Espacial russa Roskosmos, Vladimir Popovkin, explicou em uma entrevista ao jornal oficial Rosiiskaia Gazeta que o orçamento da Rússia em matéria espacial havia superado o da China e que agora era equivalente ao da Agência Espacial Europeia (ESA).



Putin destacou que será necessário "realizar projetos promissores em matéria de lançadores de foguetes e de novas aeronaves espaciais, assim como na elaboração e na produção de motores de foguetes mais poderosos que os criados atualmente".

O presidente lembrou que, devido ao fato de se ter dado prioridade durante um longo tempo aos projetos de voos tripulados, a Rússia estava atrasada em outros setores, como os sistemas de comunicações via satélite, os meios de observação da Terra, assim como "o espaço profundo".

Também considerou que é preciso "conservar o que foi alcançado nos voos tripulados", já que a Rússia, com seus lançadores Soyuz, é atualmente a única que pode transportar as tripulações da Estação Espacial Internacional (ISS), mas também "modernizar os outros setores".

Vladimir Putin chegou inclusive a mencionar a ideia de criar um "ministério do Espaço" para realizar estes projetos.

Em setembro passado, o presidente russo apontou sua vontade de se ocupar desta atividade e destituiu o líder de um dos principais centros espaciais do país, pedindo para que fossem apresentados, em caso de necessidade, os nomes de novas autoridades para que fossem sancionados.

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