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Pentágono nega invasão a e-mails de acusados de Guantánamo

O porta-voz do Pentágono, Todd Breasseale, afirmou nesta sexta-feira (16/4) que estas afirmações são "um mito"

Agência France-Presse
postado em 12/04/2013 20:38
Washington - O Pentágono negou oficialmente, nesta sexta-feira (16/4), que os promotores militares tenham podido ver e-mails confidenciais dos advogados que representam os acusados presos acusados de terrorismo na base americana de Guantánamo, Cuba, como afirmam os defensores.

Os advogados de vários acusados dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos pediram na quinta-feira o adiamento de uma audiência prevista para 22 de abril, após terem sido informados que suas caixas postais eletrônicas, nas quais mantêm comunicações confidenciais com seus clientes, estavam "em perigo".

Pelos mesmos motivos, o juiz James Pohl, que preside o tribunal militar de exceção, decidiu adiar "por interesse da justiça" a audiência do saudita Abd al-Rahim al-Nachiri, acusado do ataque ao navio americano USS Cole, que devia começar na próxima segunda-feira.

A responsável pelos advogados militares em Guantánamo, a coronel Karen Mayberry, tinha ordenado que não trocassem mais e-mails confidenciais na rede do Pentágono, após ter sido descoberto, a partir do caso de outro acusado, que algumas destas comunicações foram remetidas à promotoria pelo pessoal militar encarregado da segurança da informação, afirmou o advogado James Connell.



O porta-voz do Pentágono, Todd Breasseale, afirmou nesta sexta-feira (12/4) que estas afirmações são "um mito".

"Posso dizer inequivocamente que nenhum promotor e que nenhum membro da equipe de monitoramento viu o conteúdo de qualquer comunicação protegida" da defesa, escreveu em um comunicado.

Admitindo a existência de uma "avaria" no servidor do departamento de comissões militares (OMC), "que pôde ser catastrófica", o tenente-coronel Breasseale desmentiu que 540.000 e-mails tenham sido enviados ao governo.

O advogado Walter Ruiz, defensor do saudita Moustapha al-Houssaoui, fez menção à "apreensão de mais de 500.000 e-mails que contêm comunicações protegidas pela relação de confidencialidade advogado-cliente".

Em fevereiro, revelou-se que as conversas entre os acusados e seus advogados podiam ser ouvidas pelo governo na sala de audiências e nos gabinetes onde se reúnem em particular.

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