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Milhares de portugueses manifestam em Lisboa contra o aumento da pobreza

Apesar dos vários planos de austeridade adotados pelo governo, o crescimento econômico caiu e o país sofreu uma recessão em 2012 de 3,2%

Agência France-Presse
postado em 13/04/2013 15:23
Lisboa - Milhares de pessoas marcharam em Lisboa neste sábado para protestar contra o aumento da pobreza devido aos cortes impostos pelo governo e os credores internacionais de Portugal.

"O desemprego em Portugal é uma vergonha nacional", "é absolutamente necessário aumentar o salário mínimo", gritavam os manifestantes, que exigiam a renúncia do governo.

Esta "marcha contra a pobreza crescente" é o ponto culminante de uma semana de atividades organizadas em várias cidades do país, convocadas pelo CGTP, o maior sindicato do país, próximo ao Partido Comunista.

"O país não suporta mais austeridade", declarou Carlos Arménio, líder do CGTP, que discursou em meio aos manifestantes.

O plano de cortes "sufoca o país" e "a troica tem que nos deixar em paz", reclamou, referindo-se à UE, FMI e Banco Central Europeu, que monitoram as decisões econômicas do Poder Executivo português e que devem enviar uma delegação a Lisboa na próxima segunda-feira.

[SAIBAMAIS]

"Acredito que este governo não faz nada a não ser nos roubar. Não o queremos. Estou muito preocupada com o futuro dos meus filhos", reclamou à AFP Isabel Pereira, desempregada há três anos, manifestando ao lado de seu marido, também desempregado.

Apesar dos vários planos de austeridade adotados pelo governo, o crescimento econômico caiu e o país sofreu uma recessão em 2012 de 3,2%, enquanto o desemprego atingiu um recorde de 16,9% no final de 2012.



Esta manifestação ocorre num momento em que Portugal volta a estar sob pressão depois de o Tribunal Constitucional rejeitar as medidas de austeridade contidas no plano de orçamento para 2013.

A decisão, que privou o governo de cerca de 1,3 milhão de euros, pode comprometer a redução do déficit português.

Na sexta-feira, a zona do euro concordou em estender o prazo de sete anos para a devolução dos empréstimos a Portugal, mas, apesar disso, o governo anunciou que terá de fazer cortes significativos na educação, saúde e empresas públicas.

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