Agência France-Presse
postado em 16/04/2013 07:23
Em estado de ;alerta máximo; após as explosões , na Maratona de Boston, a polícia dos Estados Unidos intensificou fortemente a segurança também em cidades como em Nova York e em Washington, que foram alvos dos atentados do 11 de Setembro. O chefe da Polícia de Los Angeles, Charlie Beck, anunciou um aumento da presença policial "em todos os eventos previstos", a começar pela partida de beisebol desta noite de terça-feira (16/4) entre os Dodgers e o San Diego Padres.O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, afirmou que a segurança estava sendo reforçada em "lugares estratégicos e infraestruturas críticas, incluindo o metrô". "Temos cerca de 1000 membros da Polícia de Nova York (NYPD) designados para tarefas de luta contra o terrorismo e eles - junto com toda a força da NYPD e com os investimentos feitos em infraestrutura para combater o terrorismo - estão sendo mobilizados para proteger nossa cidade", indicou em um comunicado.
A polícia da cidade de São Francisco afirmou que estava em "alerta máximo" e pediu que os cidadãos liguem para o número de emergência 911 se vissem algo suspeito ou "relacionado com as explosões da maratona de Boston".
Momentos de horror
O "ato de terror" que abalou os Estados Unidos nessa segunda-feira (15/4) ocorreu no centro da cidade, perto da linha de chegada da maratona anual, uma das maiores corridas de rua do mundo, com aproximadamente 27.000 participantes e dezenas de milhares de espectadores. A prova foi cancelada e o centro da cidade foi evacuado. Uma suposta terceira explosão, na biblioteca JFK da cidade, acabou sendo identificada como um incêndio, sem relação com o episódio anterior, de acordo com a polícia.
Imagens da televisão mostravam cenas de caos, com ruas cheias de sangue e escombros e equipes paramédicas carregando macas. Zara Bielkus, de 30 anos, que estava assistindo à chegada da maratona, disse que havia escutado duas explosões seguidas num intervalo de poucos segundos. "Quando escutamos as explosões, tudo mundo começou a olhar um para a cara do outro sem entender o que estava acontecendo e a polícia chegou logo em seguida", explicou. Em seguida, a mulher relatou ter visto ;membros humanos, restos de corpos," espalhados pelo chão.
Alguns feridos foram tratados no local, na barraca de classificação da corrida, que fica após a linha de chegada e foi transformada em um centro médico improvisado. A maioria das vítimas foi rapidamente transferida para hospitais da cidade.
Uma rádio local indicou que a primeira explosão ocorreu perto de uma loja de materiais esportivos e a outra, próximo a uma arquibancada. Segundo testemunhas, as explosões aconteceram atrás das grades de contenção do público e relativamente afastadas dos corredores. As duas explosões, em lugares bastante concorridos, aconteceram "simultaneamente", disse o chefe Ed Davis.
Tragédia
O chefe de polícia pediu prudência à população, recomendando que as pessoas permaneçam em suas casas. O mesmo pedido foi feito pelo governador Deval Patrick. "Vimos gente que perdeu as pernas", contou Mark Hagopian, proprietário do Hotel Mark, perto da linha de chegada da maratona. "Uma delas não tinha mais pernas na altura do joelho, mas estava viva", acrescentou. Uma das deflagrações teria sido "enorme, sentimos seu sopro na nossa cara".
[SAIBAMAIS]Outro homem contava à rede CNN que uma das explosões foi tão forte que ele pensou que sua cabeça "ia explodir". Segundo ele, "tinha muito pó, fumaça, vidros", completou, acrescentando que viu várias pessoas "gravemente feridas".
A Maratona de Boston é uma das mais tradicionais do mundo e teve sua primeira edição em 1897. Sempre é disputada na terceira segunda-feira de abril. Neste ano, houve cerca de 27.000 participantes e dezenas de milhares de espectadores. A prova atrai atletas de ponta, sendo que a grande maioria deles havia cruzado a linha de chegada praticamente duas horas antes das explosões. As explosões afetaram a Bolsa de Valores e os índices Dow Jones e S 500 fecharam em baixa.
;Não temos todas as respostas;
Em mensagem à Nação ontem, o presidente Barack Obama disse que "não temos todas as respostas, ainda não sabemos quem fez isto ou por quê", e evitou se referir a um ataque terrorista. "Nós descobriremos quem fez isto e o faremos pagar", acrescentou. "Quaisquer indivíduos ou grupos responsáveis sentirão todo o peso da Justiça". "Boston é uma cidade forte e resistente", disse Obama, que pediu aos americanos que rezem pelos moradores da cidade.