Mundo

Potente terremoto no Irã causa 34 mortos no vizinho Paquistão

O terremoto de magnitude 7,5 também destruiu mais de 1.000 casas de barro na cidade de Mashkail, na remota província do Baluchistão

Agência France-Presse
postado em 16/04/2013 14:04
Teerã - Um poderoso terremoto, o mais forte sentindo em mais de 50 anos, atingiu nesta terça-feira (16/4) o sudeste do Irã, causando a morte de 34 pessoas numa localidade remota e isolada do vizinho Paquistão, além de abalar prédios na Índia e países do Golfo.

O tremor foi de 7,7 graus de magnitude, segundo o Centro Iraniano de Sismologia, que havia estimado em um primeiro momento em 7,5 graus. "É o mais forte tremor que atinge o país desde 1957", afirmou Mehdi Zareh, funcionário do Centro, citado pela agência de notícias Isna.

[SAIBAMAIS] O Centro americano de Geofísica indicou 7,8 graus de magnitude. Segundo o centro de sismologia iraniano, o epicentro do terremoto foi a 95 km de profundidade, 80 km ao norte de Saravan. "O epicentro se situou na região desértica de Sistão-Baluchistão. As cidades mais próximas, Saravan e Khash, sofreram poucos danos", informou um funcionário do Centro Nacional de Gestão de Crises, Morteza Akbar-Pour.

O prefeito de Saravan, Mohammad Sharif Khaleghi, citado pela agência Irna, falou de apenas 27 feridos. "Até agora há apenas 27 feridos", enfatizou Khaleghi, citado pela agência Irna.



De acordo com um membro do Ministério da Saúde, citado pela agência Fars, mais de 20 cidades sofreram danos consideráveis. As autoridades enviaram vinte equipes de salvamento às cidades de Saravan e Khash para avaliar os danos, informou o chefe do Crescente Vermelho iraniano, Mahmud Mozafar, citado pela agência Isna.

Também foi declarado estado de emergência na zona afetada, situada a mais de 1.300 km da capita Teerã, indicou a agência Irna. Em contrapartida, na província paquistanesa do Baluchistão, fronteira leste com o Irã, ao menos 34 pessoas morreram e 80 ficaram feridas em Mashkail, uma localidade isolada e situada a vários quilômetros da fronteira iraniano.

Segundo a televisão estatal paquistanesa, o tremor provocou o desabamento de mais de mil casas de argila nesta província pobre e pouco povoada. O primeiro-ministro interino do Paquistão, Hazar Jan Joso, pediu às autoridades provinciais do Baluchistão que ajudem as pessoas afetadas pela tragédia.

Os paramilitares foram enviados ao local e helicópteros do Exército com pessoal médico e barracas se dirigiam para a região, segundo forças de segurança paquistanesas.

O terremoto não foi sentido apenas no Irã e na fronteira com Paquistão, como também em grandes cidades paquistanesas como Islamabad, a capital, e sobretudo em Karachi, onde muitas pessoas fugiram aterrorizadas dos edifícios, indicaram testemunhas.

O tremor também foi sentido em vários países do Golfo Pérsico, entre eles Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Bahrein, Omã e no leste da Arábia Saudita.

Nos Emirados Árabes Unidos, as pessoas deixaram os prédios residenciais e comerciais. Os escritórios das companhias no centro financeiro de Dubai e Media City, assim como as casas em frente ao mar, foram evacuadas. "Todos saíram às ruas. Foi pânico geral", afirmou Rami, diretor de uma companhia de seguros.

No Kuwait, a região litorânea foi a mais atingida, enquanto no Bahrein os prédios do centro financeiro de Manama foram evacuados. No norte da Índia e na capital Nova Délhi, muitos habitantes preferiram deixar seus imóveis por precaução.

Em 9 de abril, um terremoto de 6,1 graus em uma zona rural do sul do Irã deixou quase 40 mortos e mais de 800 feridos. O tremor não chegou a afetar a central nuclear de Buchehr, a única do país, construída 100 km ao norte do epicentro, segundo as autoridades.

O Irã fica sobre várias falhas sísmicas e já sofreu vários terremotos devastadores. O mais violento dos últimos anos matou 31.000 pessoas em Bam (sul) em 2003. Em agosto de 2012, dois tremores de 6,3 e 6,4 graus mataram 306 pessoas perto da cidade de Tabriz (noroeste).

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação