Mundo

Presidente sírio diz que ocidente pagará caro por ajuda à Al-Qaeda

A Frente Al-Nosra, um grupo formado por jihadistas sírios e estrangeiros que luta ao lado dos rebeles contra o regime de Assad na Síria

Agência France-Presse
postado em 17/04/2013 16:25
Damasco - O presidente sírio, Bashar al-Assad, afirmou que os ocidentais brincam com fogo ao financiar a Al-Qeada e que pagarão caro por isso, porque a organização irá se voltar contra ele. Segundo trechos de uma entrevista concedida à televisão estatal, que deverá ser exibida nesta quarta-feira à noite, Assad afirma que uma derrota de seu regime para os rebeldes significaria o fim da Síria, o que nenhum cidadão sírio poderia aceitar.

"O ocidente já pagou muito caro por ter ajudado a Al-Qaeda em seu surgimento. Hoje tem feito a mesma coisa na Síria, na Líbia e em outros locais, e pagará caro no coração da Europa e dos Estados Unidos", alertou o presidente Assad, na entrevista ao canal Al-Ikhbariya. O chefe de Estado sírio referiu-se à ajuda concedida pelos Estados Unidos nos anos 1980 aos mujahedines do Afeganistão em sua luta contra a ocupação soviética, e que se voltaram de maneira espetacular contra os americanos.

A Frente Al-Nosra, um grupo formado por jihadistas sírios e estrangeiros que luta ao lado dos rebeles contra o regime de Assad na Síria, anunciou há uma semana sua lealdade ao chefe da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, que havia feito um apelo quatro dias antes aos rebeldes para que lutassem por um "Estado islâmico" na Síria.

Neste contexto, "não temos outra opção a não ser a vitória, porque se não formos vitoriosos, será o fim da Síria e eu acredito que nenhum cidadão sírio aceite essa opção", declarou Assad. "A verdade é que existe uma guerra. E eu repito sem descanso o não à rendição e o não à submissão", acrescentou.

O presidente sírio também criticou o apoio dos países ocidentais e árabes aos rebeldes, particularmente o da Jordânia. "Não posso acreditar que centenas (de rebeldes) entram com suas armas na Síria, enquanto a Jordânia é capaz de deter uma única pessoa armada por resistir (a Israel) na Palestina". Os rebeldes tomaram o controle recentemente de um trecho de 25 km no sul da Síria, na fronteira com a Jordânia. Damasco acusa o seu vizinho de treinar combatentes e deixar que entrem na Síria.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação