Agência France-Presse
postado em 18/04/2013 21:40
Washington - Os oito senadores republicanos e democratas que acordaram um ambicioso projeto para rever as leis de imigração nos Estados Unidos advertiram nesta quinta-feira (18/4) que o caminho da reforma será "longo" e cheio de obstáculos políticos."Hoje se marca apenas o princípio da viagem. Será longa e trabalhosa", afirmou o democrata Chales Schumer, em entrevista coletiva prevista inicialmente para terça-feira, mas que foi adiada em função do atentado na Maratona de Boston.
"O caminho será longo e difícil", confirmou o senador John McCain, candidato republicano na eleição presidencial de 2008.
"Os imigrantes ilegais estão aqui e não podemos fazer nada, de maneira realista, para forçá-los a voltar para seus países de origem. Muitos deles contribuem para nossa sociedade e produzirão ainda mais se saírem das sombras", justificou.
O projeto de lei acordado prevê a regularização da maior parte dos 11,5 milhões de imigrantes clandestinos que vivem nos EUA, sendo cerca de 6,8 milhões de mexicanos.
Segundo o projeto, os imigrantes clandestinos poderão solicitar nacionalidade americana depois de 13 anos no país.
O grupo bipartidário de trabalho inclui dois parlamentares de origem hispânica: Marco Rubio, de 41, possível candidato nas primárias republicanas em 2016; e o democrata Robert Menendez, de 59, presidente da Comissão de Assuntos Estrangeiros do Senado.
Nesta sexta e na próxima segunda-feira, dia 22, acontecem duas audiências parlamentares sobre o projeto de lei de 844 páginas, antes de uma votação na comissão durante a primeira semana de maio e uma discussão no Senado no mais tardar em junho.
A ala conservadora do Partido Republicano já se declarou insatisfeita com as medidas propostas para garantir a fronteira e prevenir a chegada de novos ilegais no futuro.
Os americanos "não querem uma regularização agora com uma promessa de firmeza para o futuro", declarou o republicano Jeff Sessions, em entrevista coletiva.
"O país não tem qualquer obrigação moral e, certamente, nenhuma legal de dar a uma pessoa que entrou ilegalmente no país os mesmos benefícios que àqueles que entraram legalmente e não acho que a nacionalidade deva ser concedida nesse caso", frisou.