Helena Mader
postado em 20/04/2013 08:03
A identificação dos supostos responsáveis pelo atentado na Maratona de Boston colocou o presidente norte-americano, Barack Obama, e o russo, Vladimir Putin, como combatentes de um inimigo em comum. Com os desdobramentos do caso, reprimir a atuação dos radicais chechenos passou a ser uma preocupação dos dois líderes. A confluência de interesses ocorre em um momento de grande tensão na relação entre as duas potências. Putin e Obama se estranharam publicamente sobre temas internacionais em várias ocasiões nos últimos anos. Mas a troca de informações dos serviços secretos de Rússia e Estados Unidos, que já vinha se intensificando nas últimas décadas, deve ganhar força com a tragédia de Boston. Ontem, o líder americano conversou com o presidente russo. ;Putin apresentou suas condolências em nome dos russos pelas mortes ocorridas em Boston;, revelou a Casa Branca. ;O presidente Obama agradeceu e saudou a estreita cooperação entre Rússia e Estados Unidos em matéria de combate ao terrorismo;, destacou o texto.
O envolvimento dos irmãos Tamerlan e Dzhokhar Tsarnaev no atentado que matou três pessoas e deixou 176 vítimas fez Putin ganhar o suporte americano na repressão dos radicais. Mas ainda há faíscas na comunicação entre os dois presidentes e seus aliados. O líder checheno Ramzan Kadyrov, grande parceiro de Moscou, fez questão de se esquivar de qualquer responsabilidade sobre o episódio e ainda criticou a polícia americana. ;A raiz do mal deve ser procurada nos Estados Unidos;, afirmou Kadyrov na internet. ;Eles cresceram nos Estados Unidos e as atitudes e crenças foram formadas lá. Qualquer tentativa de fazer uma conexão entre a Chechênia e os Tsarnaevs será em vão;, acrescentou o líder, que ainda alfinetou os americanos por conta da dificuldade para localizar e prender os suspeitos com vida.
