Agência France-Presse
postado em 20/04/2013 14:01
Uma menina indiana de cinco anos que foi sequestrada, estuprada e torturada em Nova Délhi estava alerta e estável, informaram neste sábado os médicos responsáveis pelo caso, em meio a novos protestos por mais um caso de violência sexual no país.
O ataque trouxe à tona as lembranças de um brutal estupro coletivo que resultou na morte de uma estudante em dezembro passado, crime que chocou a Índia e provocou semanas de manifestações contra este tipo de violência, que tem como alvo principalmente mulheres e crianças.
[SAIBAMAIS]Os jornais noticiaram o estupro da menina de cinco anos em suas primeiras páginas com manchetes como "Délhi envergonhada novamente" e "Délhi depravada".
A criança estava sendo tratada em um hospital de renome do governo por seus sérios ferimentos internos provocados durante o crime de mais de 40 horas, enquanto a polícia prendeu na manhã deste sábado um homem suspeito de ter realizado o ataque.
"Isto é o ato de um monstro", afirmou o oficial de polícia de Patna Ravindar Kumar à AFP, acrescentando que o suspeito foi acusado de estupro, tentativa de homicídio e cárcere privado, e que será levado a Nova Délhi para ser julgado.
A criança "está consciente e alerta", informou D.K. Sharma, um dos médicos da equipe responsável por tratá-la no All India Institute of Medical Sciences. "Agora sua condição está boa e ela está sob observação", disse Sharma, ressaltando que ela está "bastante estável".
Mas o médico explicou que a criança pode ter que passar por uma cirurgia "definitiva e corretiva" para se recuperar do ataque, que desencadeou dois dias de manifestações em Nova Délhi exigindo mais segurança para as mulheres e as crianças.
O homem de 22 anos que foi preso, Manoj Kumar, descrito pela imprensa como um inquilino na casa da menina, foi detido depois de fugir para a residência de seus sogros, no estado indiano de Bihar.
A polícia acusou o suspeito de atacar repetidamente a criança dentro de um quarto trancado depois de raptá-la na segunda-feira em uma região de classe média-baixa de Nova Délhi.
Os médicos informaram que a menina foi mutilada e sofreu graves lesões internas. Ela também estava lutando contra uma infecção.
"Ela foi deixada para morrer pelo suspeito no quarto onde foi mantida por mais de 40 horas", explicou o investigador-chefe da polícia de Nova Délhi, Prabhakar.
O ataque desencadeou novos protestos relacionados aos crimes sexuais, que lembram as manifestações que varreram a capital em dezembro, depois que uma estudante de 23 anos foi brutalmente estuprada por seis homens em um ônibus em movimento e morreu cerca de duas semanas mais tarde.
"Queremos justiça", gritavam os manifestantes que se reuniram em frente ao hospital onde a menina era tratada. Manifestantes também se reuniram em frente à sede da polícia.
Os manifestantes estavam furiosos pelas informações de que a polícia, que tem estado sob forte pressão da opinião pública para reduzir o número de estupros, relutou em registrar o caso e ofereceu dinheiro ao pai da menina para que ele se esquecesse do ataque.