Agência France-Presse
postado em 20/04/2013 20:58
Caracas - A estatal Defensoria do Povo da Venezuela reiterou neste sábado suas denúncias de atos de vandalismo da oposição contra centros médicos populares, depois que a oposição criticou a suposta prisão de 242 manifestantes e a perseguição de funcionários públicos.Os episódios de violência aconteceram na última segunda-feira, após o anúncio da vitória de Nicolas Maduro sobre Henrique Capriles com uma vantagem de 1,8% nas eleições presidenciais, resultado que o líder opositor não reconheceu.
[SAIBAMAIS]A defensora do povo Gabriela Ramírez denunciou os "ataques aos Centros de Diagnóstico Integral (CDI) e centros de venda a varejo de alimentos com preços subsidiados pelo Estado, sofridos durante os protestos da oposição contra o resultado das eleições de domingo.
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"Faço um chamado à reflexão, a que não sejam ouvidos os chamados à violência", pediu Gabriela em entrevista coletiva, durante a qual exibiu fotografias de instalações queimadas ou pichadas, e acusou a oposição de incitar a violência.
Horas antes, uma deputada de oposição denunciou a prisão de 242 manifestantes em todo o país por crimes como "porte ilegal de panelas, associação ilícita, rebelião, obstrução de via pública e terrorismo".
"Não sabíamos que ter uma panela e uma colher é considerado terrorismo", disse a deputada Delsa Solórzano, citando 91 prisões em Carabobo (noroeste), "incluindo de menores de idade", 44 em Barinas (oeste), 70 em Lara (noroeste), 35 em Monagas (nordeste) e duas em Sucre (nordeste), sendo que a maioria dos manifestantes foi libertada pouco depois.
Os detidos em Lara "foram torturados", afirmou a líder opositora, que disse ter recebido "uma centena de denúncias de funcionários públicos que foram perseguidos, ameaçados ou demitidos por motivo político".
"Estes fatos estão ocorrendo desde 15 de abril, momento em que se anunciou a operação limpeza, através da qual seriam demitidos os funcionários públicos sobre os quais pesasse alguma suspeita de não terem votado em Nicolás Maduro", assinalou.
Gabriela disse desconhecer os fatos: "Aqui, na Defensoria do Povo, não foi recebida nenhuma denúncia de perseguição trabalhista".