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Paraguaios vão às urnas em dia marcado pelo otimismo colorado

Os paraguaios votaram em um dia ensolarado, que transcorreu sem incidentes

Agência France-Presse
postado em 21/04/2013 21:52
Nas filas, era visível o otimismo dos colorados, e uma certa apatia entre os rivais liberais
"Este será um dia histórico. O Partido Colorado retornará, e será por muitos anos. Em 2018, voltaremos a vencer", afirmava o economista Miguel Pereira, 50, antes de votar, neste domingo, no centro de Assunção.

Outro economista, Héctor Gómez de la Fuente, 44, não foi sempre colorado, mas também optou pelo multimilionário Horacio Cartes, 56, que se lançou na política há apenas três anos, após se filiar ao Partido Colorado.

A legenda estava desarticulada desde 2008, quando o ex-bispo católico Fernando Lugo acabou com 61 anos de hegemonia do governo.

[SAIBAMAIS]"Voto em Cartes pela possibilidade de aproximação do Brasil, um dos únicos caminhos para gerar mercados", disse, acompanhado da mulher e do filho, em um restaurante tradicional da capital paraguaia, onde muitos exibiam o dedo sujo de tinta após votar. "Tinha votado em Lugo, mas é um mentiroso", afirmou o economista.

Em San Lorenzo, nos arredores de Assunção, Margarita Díaz cumpriu muito cedo seu dever cívico. Ela sorria, enquanto se dispunha a assistir a uma missa. "Vou pedir a São Lourenço que meu candidato vença", disse a dona de casa, 69, que votou em Cartes. "Gostava de Lino Oviedo, mas, infelizmente, ele morreu, e não gosto do liberal", explicou.

O pedreiro Mariano Bernal, que vive em Limpio, a 25km da capital, disse ter votado no governista Alegre. "Mas para deputado, votei em uma candidata de Fernando Lugo. É uma mulher que lidera nosso assentamento", comentou, referindo-se a um conjunto de casas.

Os paraguaios votaram em um dia ensolarado, que transcorreu sem incidentes. Nas filas, era visível o otimismo dos colorados, e uma certa apatia entre os rivais liberais, que apostavam no senador governista Efraín Alegre.

O criador de gado Juan Carlos Escalada, 65, morador de Villarrica, votou em Cartes. "Se for verdade tudo o que dizem sobre ele, não poderia ter a Pulp (marca de refrigerantes de Cartes) nos Estados Unidos", disse, referindo-se às acusações de narcotráfico feitas por Alegre, que muitos cidadãos consideraram artilharia da campanha eleitoral.

O arquiteto Fernando Szmuc, 33, votou na companhia da filha, de três anos. "Quis dar uma segunda chance a Lugo como senador, mas votei nos liberais para impedir a vitória de Cartes, para que os colorados não retornem ao poder." O advogado colorado Matías Valiente, 50, declarou: "Precisamos de gente como Cartes para parar os que roubam o Estado."



No Paraguai, onde o voto é obrigatório, muitos idosos, em cadeiras de rodas ou auxiliados por parentes, compareceram aos locais de votação. "Votar me devolve a vitalidade. Torna-me mais importante", disse Fidel Rodríguez, 74, em San Lorenzo.

Nas redes sociais, a criatividade imperou, com referências de todo tipo ao sobrenome do candidato governista e piadas sobre o humor dos liberais. "O Facebook não está muito ;alegre; hoje", brincou o internauta Carlos Ruiz González.

"Na festa dos colorados, Efraín leva a alegria; Cartes, a cerveja e o cigarro; Mario Ferreiro, a música; e Fernando Lugo, as mulheres", publicou Mirta Pereira em sua página no Facebook.

Ferreiro, candidato à presidência pelo esquerdista Aliança País, era apresentador de TV e DJ.

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