Agência France-Presse
postado em 22/04/2013 07:35
Assunção - O milionário Horacio Cartes, um novato no mundo da política, é o novo presidente do Paraguai, após uma eleição que marcou o retorno ao poder do hegemônico Partido Colorado, que havia sido derrotado em 2008 pelo esquerdista Fernando Lugo após seis décadas no comando do país.Cartes, um empresário do setor de tabaco e dirigente esportivo de 56 anos, recebeu 45,91% dos votos, anunciou o Tribunal Superior de Justiça Eleitoral (TSJE), superando o principal rival, o senador governista Efraín Alegre, que ficou com 36,84% e reconheceu a derrota.
No discurso da vitória, no centro de Assunção, Cartes renovou a promessa de campanha de dar um novo rumo ao país. "Na campanha eleitoral, falávamos que, ouvindo as pessoas, queríamos dar um novo rumo ao Paraguai. Quero reafirmar o compromisso assumido e ratificar agora ao Partido Colorado e a todos os outros partidos, e àqueles que não são de nenhum partido, que venceu o Paraguai, e o compromisso é com todos os paraguaios da república", assinalou.
O empresário prometeu "trabalhar para todos os paraguaios", principalmente para os mais necessitados, idosos, jovens e mulheres. Um pouco antes, Alegre do governista Partido Liberal, admitiu a derrota. "Procuramos obter a vitória, não foi possível. O povo paraguaio se pronunciou, e nós respeitamos. A cidadania resolveu através de sua participação, de sua decisão, de forma transparente, em um processo que consideramos adequado, um processo que garante o resultado", declarou Alegre.
Em entrevista coletiva, Alegre destacou a participação dos cidadãos, e agradeceu aos que o acompanharam em seu movimento, Paraguai Alegre. O centro de Assunção foi tomado por simpatizantes de Cartes. Fogos de artifício foram utilizados para comemorar a vitória do Partido Colorado. Nos locais de votação, durante todo domingo, os colorados já celebravam a vitória.
O novo presidente assumirá o poder em 15 de agosto, em substituição a Federico Franco, que completou o mandato iniciado em 2008 pelo ex-bispo católico Fernando Lugo, destituído pelo Congresso em 22 de junho de 2012, acusado de "mau desempenho das funções".
As eleições permitirão superar a crise política que provocou a suspensão do Paraguai dos fóruns regionais, Mercosul e Unasul. A saída de Lugo foi considerada um "golpe parlamentar" pelo ex-presidente e seus aliados políticos da região.
Os presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e do Uruguai, José Mujica, felicitaram Cartes pela vitória e convidaram o Paraguai a retornar ao Mercosul. Mais de 300 observadores estrangeiros e 1.200 nacionais trabalharam nas eleições, nas quais 3,5 milhões de paraguaios estavam registrados para votar.