Agência France-Presse
postado em 22/04/2013 15:55
Roma - O recém-reeleito presidente italiano Giorgio Napolitano pediu nesta segunda-feira (22/4) que as forças políticas conduzam "sem demora" a formação de um governo, criticando as deficiências "imperdoáveis" e "surdez" dos partidos.
Em seu discurso de posse, o chefe de Estado de 87 anos, reeleito para um novo mandato de sete anos, comprometeu-se a ser "imparcial" na difícil tarefa de reconstruir a confiança em uma classe política despedaçada, incapaz de se entender para tirar a terceira maior economia da zona do euro da crise em que está mergulhada. Em caso de fracasso, ele referiu-se a uma possível renúncia.
Cinquenta e seis dias após as eleições, a Itália ainda não tem um governo e um partido ou coligação com votos suficientes para alcançar um acordo político "com suas próprias forças", observou o presidente, pedindo que os membros "não temam uma aproximação", e não atuem mais como "representantes de uma facção".
Este ex-comunista, que se tornou o homem mais respeitado na Itália, intensificou as críticas contra todas as partes "responsáveis por tantos golpes que não resultaram em nada".
Ele fez um apelo para que os políticos se inspirem nos relatórios dos dez "sábios" para analisar as reformas necessárias à Itália.
"A necessidade de um acordo entre as várias forças" é indispensável", recomendou Napolitano, com a voz embargada pela emoção, lembrando que foi deputado aos 28 anos de idade. Ele falou de seu "sentimento de identificação com o destino do país".
Sábado, os eleitos dos partidos depositaram toda a esperança em Napolitano, após o fracasso em encontrar um substituto após cinco turnos de votação.
Embora tenha falado do bloqueio político, da "regressão", de "omissões", "problemas" e de "uma atitude facciosa e agressiva", Napolitano foi interrompido várias vezes por aplausos dos eleitores.
O presidente, no entanto, fez uma homenagem discreta ao governo tecnocrata de Mario Monti, hoje fortemente criticado pelas medidas de austeridade impostas ao país, e para o qual, segundo ele, a história fará "um julgamento mais justo".
Profundamente dividido e desacreditado por sua valsa de hesitação na semana passada, o Partido Democrata (PD, esquerda) deverá nomear um possível chefe de Governo ao presidente.
O nome mais citado é o de Giuliano Amato, democrata moderado de centro-esquerda, apelidado de "Doutor Sutil". Homem respeitado no país, apesar de uma imagem bastante aborrecida, está entre os favoritos.
Amato, de 74 anos, liderou a Itália em um outro período difícil, durante a investigação "Mani pulite" ("Mãos Limpas"), em 1992/93, que varreu a velha classe política acusada de corrupção. Em seguida, voltou a dirigir a Itália em 2000/2001. Outro nome citado é o do vice-secretários do PD, Enrico Letta.
O Povo da Liberdade (PDL), centro-direita de Berlusconi, e o Movimento Cinco Estrelas, anti-partido do ex-comediante Beppe Grillo, não facilitam a tarefa de formar um novo governo.
Para o primeiro, qualquer candidato à esquerda e hostil aos interesses de Berlusconi será combatido, e para o segundo, nenhum candidato representante da velha classe política é admissível.
A Bolsa de Milão reagiu positivamente à reeleição de Giorgio Napolitano, abrindo e fechando o dia em alta - 1,53% para 1,65% -, enquanto o "spread", que marca a diferença entre a taxa ;da dívida italiana e alemã ficou em um nível confortável de cerca de 285 pontos.
Mas a agitação social persiste em um país ainda preso na recessão. De acordo com o instituto de estatísticas Istat, 955.000 famílias italianas não têm renda, com todos os membros aptos a exercer uma profissão em busca de um emprego.
E a desilusão política continua forte, como evidenciado pela mobilização dos partidários de Beppe Grillo, que considerou no domingo a reeleição do presidente Napolitano como um "pequeno golpe institucional inteligente" dos partidos tradicionais, depois de falar na véspera de um "golpe".
Napolitano respondeu criticando as campanhas de "demolição" às vezes conduzidas "levianamente", convidando o Movimento Cinco Estrelas a evitar o comportamento "aventureiro".
Em seu discurso de posse, o chefe de Estado de 87 anos, reeleito para um novo mandato de sete anos, comprometeu-se a ser "imparcial" na difícil tarefa de reconstruir a confiança em uma classe política despedaçada, incapaz de se entender para tirar a terceira maior economia da zona do euro da crise em que está mergulhada. Em caso de fracasso, ele referiu-se a uma possível renúncia.
Cinquenta e seis dias após as eleições, a Itália ainda não tem um governo e um partido ou coligação com votos suficientes para alcançar um acordo político "com suas próprias forças", observou o presidente, pedindo que os membros "não temam uma aproximação", e não atuem mais como "representantes de uma facção".
Este ex-comunista, que se tornou o homem mais respeitado na Itália, intensificou as críticas contra todas as partes "responsáveis por tantos golpes que não resultaram em nada".
Ele fez um apelo para que os políticos se inspirem nos relatórios dos dez "sábios" para analisar as reformas necessárias à Itália.
"A necessidade de um acordo entre as várias forças" é indispensável", recomendou Napolitano, com a voz embargada pela emoção, lembrando que foi deputado aos 28 anos de idade. Ele falou de seu "sentimento de identificação com o destino do país".
Sábado, os eleitos dos partidos depositaram toda a esperança em Napolitano, após o fracasso em encontrar um substituto após cinco turnos de votação.
Embora tenha falado do bloqueio político, da "regressão", de "omissões", "problemas" e de "uma atitude facciosa e agressiva", Napolitano foi interrompido várias vezes por aplausos dos eleitores.
O presidente, no entanto, fez uma homenagem discreta ao governo tecnocrata de Mario Monti, hoje fortemente criticado pelas medidas de austeridade impostas ao país, e para o qual, segundo ele, a história fará "um julgamento mais justo".
Profundamente dividido e desacreditado por sua valsa de hesitação na semana passada, o Partido Democrata (PD, esquerda) deverá nomear um possível chefe de Governo ao presidente.
O nome mais citado é o de Giuliano Amato, democrata moderado de centro-esquerda, apelidado de "Doutor Sutil". Homem respeitado no país, apesar de uma imagem bastante aborrecida, está entre os favoritos.
Amato, de 74 anos, liderou a Itália em um outro período difícil, durante a investigação "Mani pulite" ("Mãos Limpas"), em 1992/93, que varreu a velha classe política acusada de corrupção. Em seguida, voltou a dirigir a Itália em 2000/2001. Outro nome citado é o do vice-secretários do PD, Enrico Letta.
O Povo da Liberdade (PDL), centro-direita de Berlusconi, e o Movimento Cinco Estrelas, anti-partido do ex-comediante Beppe Grillo, não facilitam a tarefa de formar um novo governo.
Para o primeiro, qualquer candidato à esquerda e hostil aos interesses de Berlusconi será combatido, e para o segundo, nenhum candidato representante da velha classe política é admissível.
A Bolsa de Milão reagiu positivamente à reeleição de Giorgio Napolitano, abrindo e fechando o dia em alta - 1,53% para 1,65% -, enquanto o "spread", que marca a diferença entre a taxa ;da dívida italiana e alemã ficou em um nível confortável de cerca de 285 pontos.
Mas a agitação social persiste em um país ainda preso na recessão. De acordo com o instituto de estatísticas Istat, 955.000 famílias italianas não têm renda, com todos os membros aptos a exercer uma profissão em busca de um emprego.
E a desilusão política continua forte, como evidenciado pela mobilização dos partidários de Beppe Grillo, que considerou no domingo a reeleição do presidente Napolitano como um "pequeno golpe institucional inteligente" dos partidos tradicionais, depois de falar na véspera de um "golpe".
Napolitano respondeu criticando as campanhas de "demolição" às vezes conduzidas "levianamente", convidando o Movimento Cinco Estrelas a evitar o comportamento "aventureiro".