Agência France-Presse
postado em 23/04/2013 13:52
Boston - Djokhar Tsarnaev, indiciado pelo duplo atentado durante a Maratona de Boston, raramente ia à mesquita e seu irmão mais velho era pouco visto, mas chamou a atenção nos últimos meses ao interromper sermões com os quais não concordava, de acordo com a mesquita da cidade de Cambridge, no subúrbio de Boston. "O jovem suspeito era raramente visto no Centro, vinha apenas ocasionalmente para a oração", indicou a Islamic Society of Boston em um comunicado.Seu irmão mais velho, Tamerlan, morto durante uma troca de tiros com a polícia, tinha "começado a participar de forma irregular das orações de sexta-feira há um pouco mais de um ano, e participava de tempos em tempo da oração da manhã", de acordo com a mesquita.
[SAIBAMAIS] Por duas vezes nos últimos meses, se expressou contra as pregações das quais discordava. Em 16 de novembro, interrompeu um pregador que explicava que os muçulmanos poderiam celebrar feriados tradicionais americanos, como o 4 de julho ou o Dia de Ação de Graças. Tamerlan se levantou e gritou, dizendo que a fé muçulmana não permitia isso.
Em 18 de janeiro, novamente perturbou a oração, interrompendo o pregador que prestava homenagem a Martin Luther King (cujo aniversário de nascimento é dia feriado).
Tamerlan mais uma vez gritou dizendo que ele era um "não-crente" e que "contaminava" as mentes das pessoas. Os fiéis pediram para que se calasse e saísse. Ele obedeceu. Após o sermão, funcionários da mesquita pediram-lhe para que não mais interrompesse as orações, se não deixaria de ser bem-vindo.
Desde então, voltou para assistir a algumas orações, mas não interrompeu nenhum sermão, segundo a mesquita, que ressaltou que os dois irmãos "nunca manifestaram qualquer sentimento ou comportamento violento. Se o fizessem, teríamos imediatamente telefonado para o FBI".
Dzhokhar Tsarnaev, de 19 anos, gravemente ferido, foi indiciado na segunda-feira (22/4) em seu leito de hospital por uso de armas de destruição em massa.
O duplo atentado, o pior desde 11 de setembro, matou três pessoas e feriu mais de 260.